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Varejo

Supermercados têm pior ano de alta real nas vendas desde 2006

Clientes têm ido menos ao mercado em 2014: corredores vazios | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Clientes têm ido menos ao mercado em 2014: corredores vazios (Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina)

Considerados a ponta mais essencial do consumo das famílias, os supermercados sentem os efeitos de um ano que promete ser o menor em incremento de vendas desde 2006. Os índices ainda estão no azul (acima da inflação), mas deixam a desejar em relação aos de anos anteriores. No acumulado de janeiro a julho, o aumento real das vendas do setor registra 1,48% em 2014 contra 4,16% em 2013, por exemplo. O cenário se reflete nas gôndolas – que oferecem menos importados e mais marcas baratas – e deve influenciar os estoques para o Natal.

INFOGRÁFICO: Veja a expectativa dos supermercadistas sobre as vendas em 2014

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que previa que as vendas dos setor aumentariam 3% neste ano, recalculou a projeção, no fim de agosto, para 1,9%. No Paraná, porém, os supermercadistas mantiveram os planos de expansão. Como principal argumento, citam a resistência da economia paranaense, que vem crescendo acima da média nacional. "Acreditamos no crescimento do setor e isso justifica investimentos", diz César Tozetto, presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras).

Outro ponto é a concorrência acirrada no setor – a abertura de lojas é estratégica para conquistar espaço no mercado. Há ainda uma terceira explicação, mais pragmática: como as expectativas de vendas do varejo para 2014 ficaram abaixo do previsto, faltou tempo para as empresas refazerem planos. "O varejo expande quando abre e reforma lojas. É o tipo de investimento vultoso e planejado com antecedência. E qualquer ajuste exige timing [tempo hábil]", avalia o especialista em varejo Jorge Inafuco, da PwC.

Por ora, redes paranaenses seguem anunciando investimentos. Na última terça-feira, o grupo Condor abriu uma nova unidade em Almirante Tamandaré, na Grande Curitiba, ao custo de R$ 35 milhões – o plano é concluir o ano com três lojas a mais. A Rede Cidade Canção (CSD), de Maringá (Região Noroeste), comprou em junho dez unidades da rede Amigão, do interior de São Paulo. Já o grupo Muffato gastou R$ 30 milhões para reformar seis lojas neste ano e pretende inaugurar outra até dezembro, em Londrina (mais R$ 40 milhões).

Outras redes, como Festval, de Cascavel (Oeste do estado), e Tozetto, de Ponta Grossa, também abriram lojas em 2014. Pelo menos duas empresas – Condor e CSD – contaram com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Menos assíduo

Outro dado da Abras aponta queda no número de vezes em que consumidores vão a supermercados no ano. Entre 2005 e 2010, essa média oscilou entre 14 e 15 vezes. No ano passado, caiu para 13; em 2014, a média até maio aponta 11 idas anuais. Na visão das empresas, essa redução sugere que o consumidor está optando por compras mais "racionais".

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