• Carregando...

Maringá – Uma das suspeitas de foco de aftosa no Paraná é na zona rural de Maringá. O anuncio já prejudicou o trabalho dos frigoríficos e deixa em alerta os pecuaristas da região. O Garantia Agropecuária anunciou que manteve na sexta-feira o abate médio de 600 cabeças de gado, mas que não conseguiu entregar os produtos comercializados devido às barreiras montadas no estado. A direção do frigorífico diz que não sabe o que vai acontecer e que eles acompanharão as notícias para direcionar o trabalho a partir de hoje.

Já entre os criadores, o clima é de apreensão. "É uma irresponsabilidade dos pecuaristas e do governo", lamenta Antônio Donizete Primón, 44 anos. "Foi perdido o que conquistamos deixando todo o Paraná livre da aftosa e voltamos à estaca zero em um problema social". A família Primón cria gado há 30 anos em duas propriedades no Paraná – em Maringá e Japurá – e uma em Anaurilândia (MS), com aproximadamente 800 animais.

Ele critica o sistema de vacinação no Paraná, feito em duas etapas: em maio e novembro. Donizete diz que seu rebanho em Mato Grosso do Sul é vacinado três vezes ao ano – em fevereiro, de 0 a 12 meses; em maio de 0 a 24 meses; e todo o rebanho em outubro. O pecuarista ainda reclama da falta de cuidados dos governos para evitar os problemas, dizendo que os recursos contra a aftosa não são gastos, mas sim investimentos para o país. "Não pode haver um descaso desse jeito."

O pecuarista e médico veterinário Neri Fabre está preocupado que a aftosa possa mesmo atingir o rebanho maringaense. "Quando o caso estava só em Mato Grosso do Sul, a gente tinha ciência que era muito perto e o controle é difícil por ter divisas naturais, muitas ilhas", comenta. "O rebanho do Paraná depende de Mato Grosso do Sul porque muitos criadores têm propriedade lá e trazem para abater aqui". Ele tem gado em Miranda (MS), Corumbá (MS) e Rio Verde (MT) e aponta que tanto o governo estadual quanto os criadores devem tomar medidas para evitar que a doença não se espalhe, em caso de confirmação.

O coordenador de pecuária da Sociedade Rural de Maringá (SEM), Jocival de Sá, diz que eles já começaram as ações para combater a aftosa mesmo antes da confirmação dos focos. Os associados estão desinfetando os equipamentos e veículos nas propriedades e iniciam hoje uma vacinação nos animais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]