A revisão de metodologia que levou à suspensão das divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) foi motivada por questionamentos dos senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Armando Monteiro (PTB-PE) no início de abril. "Mas tem outros parlamentares envolvidos com essa questão", contou Wasmália Bivar, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A próxima divulgação, que estava prevista para o dia 3 de junho, foi cancelada. A Pnad Contínua só voltará a ser divulgada em 6 de janeiro do ano que vem. O objetivo é adequar os dados da pesquisa às exigências previstas na Lei Complementar número 143, de 2013, que define o dado sobre a renda domiciliar per capita como base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados.

"A lei é do ano passado, a exigência chegou agora. Nós interpretamos um prazo (de divulgação) como sendo dezembro de 2015, quando na verdade era janeiro de 2015", explicou Wasmália.

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A principal exigência é equalizar os intervalos de confiança entre todas as Unidades da Federação, o que não ocorre na metodologia atual, que começou a ser planejada em 2005. "Nesse planejamento não estava previsto que esses intervalos não pudessem ser muito distintos entre as Unidades da Federação. Precisamos rever os procedimentos", afirmou a presidente do IBGE.

A revisão da metodologia da Pnad Contínua visa tentar evitar contestações judiciais dos Estados. "A intenção é tentar evitar contestações, porque essas contestações são de natureza judicial", acrescentou.

Wasmália lembrou que o IBGE ainda não divulgou nenhuma estimativa de renda domiciliar pela Pnad Contínua, embora já tenha levantamentos dessa variável.

Apesar da interrupção nas divulgações dos resultados, a coleta da Pnad Contínua permanecerá sendo realizada. "A pesquisa de campo continua, vamos adaptar para atender também a esse outro pedido", disse.

Na próxima divulgação, em janeiro de 2015, o instituto espera poder informar ainda as estimativas mensais dos principais indicadores do mercado de trabalho para o total nacional. "É necessário que se enfatize que o IBGE será capaz de dar reposta a essas questões e que elas serão tratadas com o máximo empenho profissional", declarou Wasmália.

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