São Paulo (AE) – A recuperação dos mercados bloqueados por embargos à carne brasileira será lenta. Nem sequer há uma data para o início do despacho de missões comerciais com a finalidade de reabrir os 48 mercados vedados parcial ou totalmente após o surgimento dos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul. A informação é da secretária de Relações Internacionais do Agronegócio (uma das divisões do Ministério da Agricultura), Elisabete Seródio.

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"Não adianta fazer esse trabalho no meio da crise. Todos querem saber o que será feito em Mato Grosso do Sul e é preciso ter elementos suficientes para dar uma resposta sobre a situação no Paraná." A previsão da secretária encarregada da promoção do agronegócio nacional é de que o prejuízo com a crise da aftosa fique entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões neste ano.

Israel foi o primeiro país a suspender parcialmente o embargo imposto à carne brasileira, informou ontem o Ministério da Agricultura. O governo israelense decidiu que será permitido o comércio de carne bovina desossada e miúdos do Brasil, exceto dos produtos originários de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

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Apesar da previsão pessimista, a secretária adotou estratégia para "aproveitar as oportunidades". Usará todos os contatos com países que adotaram alguma restrição à carne brasileira para buscar um acordo. A meta é conseguir, senão a suspensão do embargo, a flexibilização dos bloqueios quando todo o país foi afetado.

Por isso, ela aproveita a missão comercial que está na Argélia. A partir de amanhã, sentará com representantes do governo indonésio em São Paulo para tentar "restabelecer o bom senso", o de flexibilizar os embargos, que neste caso alcançou até máquinas agrícolas e farelo de soja. Embora ainda seja necessária a suspensão do estado de emergência sanitária no país, há pelo menos uma ação internacional estruturada que começará em breve. Governo e entidades privadas do setor de carnes irão contratar uma agência internacional para melhorar a comunicação externa do país. Segundo Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o projeto custará R$ 700 mil.