Pela segunda vez em 2010, a Suzano Papel e Celulose irá elevar os preços da celulose de eucalipto (fibra curta).
Desta vez, a elevação, que ocorrerá a partir de 1o de março, será de 30 dólares por tonelada. De acordo com o comunicado da companhia, com o aumento o preço na China chegará a 750 dólares por tonelada. Na Europa o valor será de 790 dólares por tonelada e na América do Norte, 820 dólares por tonelada.
Ainda nesta segunda-feira, duas produtoras portuguesas de celulose-- a Portucel e a Altri-- também anunciaram aumentos a partir da próxima segunda-feira.
Procurada pela Reuters, a Fibria, maior produtora de celulose de fibra curta do mundo, disse que não irá se pronunciar sobre um eventual aumento de preços, visto que está em período de silêncio por conta da divulgação dos resultados do quarto trimestre, na próxima sexta-feira.
Os resultados da Suzano serão divulgados no dia 3 de março.
Notícia positiva não segura ações
A elevação nos preços da celulose pela Suzano e a possibilidade de que o mesmo ocorra com a Fibria é uma notícia positiva e sinaliza que a demanda pela commodity continua alta, mas a notícia não está chegava a levantar as ações das empresas na Bovespa nesta terça-feira.
"Uma nova alta como a anunciada hoje é muito positiva para o setor, mas hoje o mercado não está operando por fundamentos", diz a analista Mônica Araújo, da Ativa Corretora.
As ações da Suzano recuavam 2,3 por cento às 15h14, a 20,22 reais, enquanto a Fibria tinha a maior queda do setor, perdendo 2,7 por cento, a 36,35 reais. O Ibovespa, por sua vez, operava em queda de 2,2 por cento.
Para Mônica, é possível que as principais empresas do setor mantenham a tendência de alta nos preços. "Além disso, o enfraquecimento do dólar em muitos países produtores incentiva estes ajustes."
Já o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, afirma que os preços da celulose de fibra curta já estão atingindo os patamares pré-crise financeira, o que limita o espaço para novos anúncios.
"Mas um anúncio de alta é um teste para o mercado: quando uma companhia toma a iniciativa, as outras tendem a seguir pelo mesmo caminho."
Em janeiro, a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, afirmou que a indústria de celulose no Brasil trabalha com um cenário de alta de cerca de 50 por cento no preço médio em dólares em relação a 2009. A associação espera que o preço médio seja, em 2010, de 760 a 780 dólares por tonelada.
Mesmo significando boas perspectivas, a previsão da entidade é inferior ao pico de 839 dólares, registrado em 2008.
