A busca da Ibema por um sócio finalmente chegou ao fim. A empresa paranaense, terceira maior fabricante de papel para embalagens do país, se associou à paulista Suzano Papel e Celulose, líder desse mercado.
Após a conclusão da operação anunciada no início da noite desta quarta-feira (18), a Suzano terá 49,9% da Ibema, e dois dos quatro assentos do conselho de administração. Os atuais sócios da Ibema vão ficar com 50,1% do negócio e os outros dois assentos no conselho.
A transação, que depende de autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), será feita em etapas. A Suzano vai repassar à Ibema a fábrica de Embu (SP), que tem capacidade de produção de 50 mil toneladas de papel cartão por ano e é avaliada em R$ 50 milhões. A empresa paulista também vai transferir à paranaense uma dívida de R$ 50 milhões, com vencimento em 2021. E, por fim, fará um aporte de R$ 8 milhões na Ibema.
Em teleconferência com jornalistas, o diretor financeiro da Suzano, Marcelo Bacci, disse que, após concluídas todas as formalidades, a “nova Ibema” será gerida “de maneira profissional e independente da Suzano”. “A transação busca eficiência operacional na indústria e na área de logística. Não muda nada para as companhias, nem para o mercado”, complementou Carlos Aníbal, diretor executivo de Papel e Celulose da companhia paulista.
Em um primeiro momento, a Suzano terá 38% da Ibema. Sua fatia subirá para 49,9% quando forem retirados da “nova Ibema” ativos como as duas pequenas hidrelétricas da companhia paranaense, que pertencerão apenas aos atuais sócios da companhia, representados pela Ibema Participações.
Fundada em 1956, a Ibema emprega cerca de 800 pessoas. Tem fábrica em Turvo, no Centro-Sul do estado, sede administrativa em Curitiba e um centro de distribuição em Araucária, na região metropolitana da capital, além de 3,9 mil hectares de florestas plantadas.
Com a incorporação da fábrica de Embu, a Ibema eleva sua capacidade de produção anual de papel cartão – usado em embalagens – de 90 mil para 140 mil toneladas. A capacidade da Suzano, por sua vez, cairá de 250 mil para 200 mil toneladas. As marcas das duas empresas continuarão existindo e concorrendo entre si.
Mais fôlego
“Quando concluído, o negócio vai fortalecer a Ibema, que poderá competir de igual para igual nesse mercado”, disse o presidente da Ibema, Nei Senter Martins, em entrevista à Gazeta do Povo. Segundo dados de 2014, a Suzano detém 32% do mercado brasileiro de papel para embalagens. A segunda colocada é a Klabin, que tem fábrica em Telêmaco Borba (Campos Gerais), com 28%. A Ibema é a terceira, com 13%.
A Ibema busca recursos para ampliar sua produção pelo menos desde 2007, quando começou a estruturar uma operação de abertura de capital na Bovespa, da qual desistiu em 2014, por causa do momento difícil do mercado de capitais. Entre 2010 e 2011, a companhia chegou a negociar uma fusão com a Papirus, de Limeira (SP), que também não prosperou.
Em agosto do ano passado, Martins disse à Gazeta do Povo que, na busca de fôlego para fazer frente aos megaprojetos de expansão tocados pela Klabin e a Suzano, a Ibema “poderia vender até 49% de seu capital, fazer parcerias e até mesmo entrar em outros negócios na área de papel”. Vingou a primeira alternativa.
Dólar bate recorde com anúncio da ampliação da faixa de isenção do IR
Mudança no Marco Civil da Internet pode afetar imprensa e economia digital
O que a PF ainda pode fazer na investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado
As linhas de defesa de Bolsonaro nas acusações de golpe; ouça o podcast
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast