A Volkswagen tentou tranquilizar nesta segunda-feira preocupações da Suzuki Motor de que pode tentar trazer a montadora japonesa para debaixo de seu controle.
As relações entre a Suzuki e a Volkswagen mostraram sinais de estarem azedando depois que o vice-presidente-executivo da Suzuki, Yasuhito Harayama, defendeu a independência da companhia e afirmou que os dois grupos precisam retroceder à prancheta de desenho de sua parceria.
A Volkswagen respondeu afirmando que não vai prejudicar a autonomia da Suzuki. Hans Demant, encarregado pela aliança na Volkswagen, minimizou preocupações de que o grupo alemão possa ter planos mais ambiciosos que o esperado.
"Volkswagen e Suzuki são e continuarão sendo duas companhias independentes. Nenhum aumento de participação da Volkswagen na Suzuki foi acordado", disse ele à Reuters por meio de porta-voz.
A compra pela Volkswagen de participação de quase 20% na Suzuki, por US$ 2,5 bilhões, em dezembro de 2009, foi bem recebida por investidores que esperavam que a empresa alemã teria acesso à tecnologia de carros pequenos da Suzuki, enquanto a montadora japonesa poderia acessar as tecnologias de motorização híbrida da parceira.
Harayama, colega de Demant na Suzuki, afirmou a jornalistas nesta segunda-feira que o equilíbrio de poder na aliança precisa ser redefinido.
"Ficou muito claro quando fizemos a aliança com a Volkswagen que não queríamos ser consolidados e que deveríamos continuar independentes", disse Harayama. "Sentimos que precisamos voltar ao ponto de partida, incluindo a relação de participações."
Segundo o analista Juergen Pieper, da Metzler Equities, "os executivos japoneses não costumam criticar publicamente, então o fato de terem feito isso neste caso mostra que realmente há um problema". Ele acrescentou que não vê chance de um relacionamento de longo prazo funcionando entre as duas empresas.
Numerosas informações publicadas pela imprensa desde o ano passado têm sugerido que a Volkswagen está tentando trazer a Suzuki, quarta maior montadora do Japão, sob seu controle. A Volkswagen, maior fabricante de veículos da Europa, tem planos ambiciosos de superar a rival japonesa Toyota no posto de maior montadora do mundo em 2018.