O tabloide alemão "Bild", jornal mais vendido da Europa, anunciou nesta segunda-feira (27) que passará a cobrar pelo acesso a parte de seu conteúdo on-line em 11 de junho, seguindo a estratégia conhecida como "paywall" (muro de cobrança). Com o novo modelo, o jornal dividirá seu conteúdo digital em gratuito -no caso de notícias do dia a dia- e pago -para reportagens e fotos exclusivas, matérias com contexto mais elaborado e entrevistas especiais.O tabloide, que pertence à editora alemã Axel Springer, apelidou o modelo de "freemium", em que conteúdos grátis (free, em inglês) e "premium" são integrados.
A assinatura para o acesso a todo o conteúdo digital será vendida a 4,99 euros (cerca de R$ 13). O pacote incluindo também uma versão digital do jornal custará 9,99 euros (R$ 26), e a assinatura completa sairá por 14,99 euros (R$ 40), abrangendo o acesso integral ao site e ao jornal - tanto a versão digital e quanto a impressa.
Todos os tipos de assinaturas permitem o acesso ao conteúdo em dispositivos móveis, como smartphones e tablets.Os leitores que comprarem uma cópia do jornal em bancas também poderão, por 0,70 centavos de euros, ter acesso por um dia ao conteúdo on-line.
Novos assinantes poderão ainda testar as assinaturas por um mês por 0,99 centavos de euros. "Antes a questão era como produzir conteúdos distintos para a plataforma on-line e para o jornal. Agora nos concentraremos essencialmente em contar histórias de forma que elas também tenham valor monetário para os internautas", afirmou Marion Horn, chefe de redação interina do "Bild".
Estratégia
A estratégia do "Bild" difere da adotada por jornais como o americano "The New York Times", que limita o acesso de usuários a um número determinado de matérias por mês.
Já o americano "San Francisco Chronicle" optou por um modelo parecido com o do tabloide alemão, tendo mantido gratuito o conteúdo de seu site já existente, o SFGate.com -com foco no dia a dia-, e criando o SFChronicle, com conteúdo "premium", focado em artigos de profundidade, colunistas e fotos. O modelo do jornal californiano segue um caminho trilhado pelo "Boston Globe".Outro site alemão de grande audiência, o "Spiegel Online", da revista "Der Spiegel", continua mantendo gratuita a totalidade de seu conteúdo.
Brasil
A Gazeta do Povo adotou o mecanismo na metade de dezembro do ano passado. Somente o assinante tem acesso ilimitado ao conteúdo premium do site do jornal e outras plataformas digitais, como tablets e smartphones. Usuários avulsos, que usam o site com frequência, serão convidados a fazer uma assinatura digital parcial, depois de degustar um limite de 40 reportagens a cada 30 dias.
Em 2012, a Folha de S.Paulo também adotou a estratégia do "paywall" poroso. Quem visita o site do jornal tem acesso a até dez reportagens ou colunas por mês, quando é convidado a fazer um cadastro que lhe permite ler outros dez. Mecanismo semelhante foi instituído pelo "Zero Hora" (RS). Em fevereiro, o "Correio Braziliense" (DF) passou a cobrar um valor fixo mensal para o leitor ter acesso à versão digital do periódico.
Em dezembro de 2012, o jornal "O Estado de S. Paulo" passou a exigir um cadastro para visitantes frequentes, estratégia também adotada depois por "O Globo".
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