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Moda

Talento eles têm. Só falta uma vitrine

Juliana venceu um reality show em 2010 e alavancou sua carreira no mundo da moda | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Juliana venceu um reality show em 2010 e alavancou sua carreira no mundo da moda (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)
Alexandre Linhares começou participando de bazares de moda para expor seus produtos |

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Alexandre Linhares começou participando de bazares de moda para expor seus produtos

As irmãs Cassou usam o blog para lançar novos estilistas |

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As irmãs Cassou usam o blog para lançar novos estilistas

O mundo da moda vive de novidade, mas o novo estilista precisa mais do que talento para crescer e aparecer. Quem vai mergulhar nesse mercado tem que encontrar a estratégia e a plataforma certa. A fórmula "começar para ficar conhecido", mais ligada às empresas tradicionais, não serve para ateliês de moda. Para esse negócio, vale a regra "seja conhecido para depois se arriscar". E para ficar conhecido, o caminho é longo, mas cheio de oportunidades.

Hoje, mais do que nunca, novos estilistas têm a sua disposição inúmeras vitrines para serem reconhecidos pelo seu trabalho. São eventos de moda que abrem espaço para novos estilistas e programas de televisão que desafiam jovens designers. A principal ferramenta, por outro lado, é a internet, seja pelas redes sociais ou por blogs (e blogueiros) especializados em moda.

Procurar a melhor plataforma, ou somá-las, pode abrir portas para jovens estilistas. Clé Carrer, estilista e diretor de desfiles, lembra que eventos de moda e arte, inclusive os já consolidados no calendário de moda nacional, estão lançando novos designers. Ele ressalta ainda que as redes sociais são importantes porque fomentam o consumo, além de servir de termômetro da aceitação do público.

"O novo designer ou estilista deve procurar uma vitrine onde possa exercitar o seu lado criativo, agregando qualidade e aprimoramento ao seu produto. É sem duvida um dos passos mais importantes rumo à consolidação e reconhecimento de um trabalho. O ‘novo’ é a palavra chave para o consumo", analisa Carrer.

Para abrir espaço ao novo, Roberto Arad, designer da Arad Tailored Jeans, idealizou a Vicentina Vicente Machado, evento do comércio de rua de Curitiba que dá espaço para jovens estilistas mostrar suas peças, comercializá-las e formar sua clientela. "Os novos nomes da moda estão aparecendo em eventos da moda, na internet e no boca a boca. É um mercado muito competitivo para entrar e ganhar visibilidade, o que requer muito empenho para o nome sobressair e a pessoa conseguir abrir um ateliê. Há espaço para novos profissionais, mas é um mercado difícil e competitivo", pondera Arad.

Para começar, reality show, bazar e rede social

Jovens estilistas de Curitiba já descobriram o caminho para a abertura de um ateliê. Uns contaram com empurrões, outros não, mas todos tiveram que se esforçar, e muito, para hoje poderem desenhar, cortar e costurar suas peças.

Juliana Moriya, estilista da grife Juliana Moriya, venceu, em 2010, o reality show da MTV "IT MTV Elle Fashion Fabric". Depois disso, sua vida profissional mudou de rumos. Após o programa, foi fazer cursos em Milão, na Itália, e aproveitou sua passagem pela Europa para fazer pesquisas. "Como venci o programa, meu nome entrou na mídia. Foi um atropelo porque precisava me organizar, mas este ano consegui abrir a minha loja. Como atendo a pedidos de peças sob medida, precisava de um ateliê", conta.

Juliana considera a a internet uma ferramenta essencial para que o estilista descubra seu público, em especial as redes sociais e blogs de moda – e suas blogueiras, que têm a opinião valorizada no mundo virtual. "Antes de montar a loja, porém, é preciso que o estilista forme seu público, é mais arriscado que abrir uma empresa tradicional", ressalta.

Para formar seu público, outro estilista de Curitiba, Alexandre Linhares, da Heroína – Alexandre Li­­­nha­­­­res, participou de bazares de moda para expor seus produtos. Durante dois anos o seu ateliê funcionou em sua casa, mas desde 2009 ele pode atender a seus clientes em seu próprio ateliê, onde trabalha com mais duas pessoas – Linhares desfila hoje no Paraná Business Collection. "Nesses bazares o investimento para chegar direto aos consumidores é mais barato, é um laboratório excelente", ensina.

As redes sociais também são uma grande vitrine – uma das mais populares da época, o Orkut, já deu espaço para seu catálogo de peças, que hoje é ocupado pelo Facebook. "A rede social é uma ferramenta democrática, que dá a mesma oportunidade para todo mundo. É uma peneira justa, em que os próprios clientes fazem o filtro", avalia.

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