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Tarifa de Itaipu ficará mais barata em 2022, diz Samek

Samek disse que usinas em construção na Região Norte usarão soluções inspiradas em Itaipu | Caio Coronel/ItaipuBinacional
Samek disse que usinas em construção na Região Norte usarão soluções inspiradas em Itaipu (Foto: Caio Coronel/ItaipuBinacional)

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, afirmou ontem que em 11 anos as dívidas dos empréstimos para a construção de Itaipu estarão pagas, o que permitirá, no futuro, uma possível revisão nas tarifas cobradas pela produção de energia. "Hoje precisamos de US$ 3,5 bilhões por ano para manter a usina, sendo que US$ 2,4 bilhões vão direto para o pagamento de dívidas. Quando elas estiverem quitadas, a tarifa pode ser reduzida, além de dar condições para capitalizar recursos para a construção de outras usinas pelo país", destacou, durante entrevista coletiva na sede da empresa, em Foz do Iguaçu.

Samek ainda disse que o fornecimento de energia elétrica está garantido no Brasil pelos próximos dois anos, devido à quantidade de água nos reservatórios do país. Segundo Sa­­mek, graças à energia renovável vinda das hidrelétricas o Brasil conseguiu obter uma segurança energética. "Atual­mente, 98% da energia produzida no país está em um sistema integrado e por essa razão podemos ter tranquilidade; mesmo que haja estresse hídrico em uma região, em outra geralmente está chovendo. As hidrelétricas se compensam", afirmou.

Apesar da segurança energética atual, Samek disse que, para a economia do país poder crescer 5% ao ano, muitos investimentos precisam ser feitos no setor de energia. "Hoje temos de agregar, a cada três anos, uma nova Itaipu para sustentar o nível de crescimento que queremos", salientou o diretor-geral brasileiro, lembrando que o consumo atual de energia do brasileiro é sete vezes menor que o do norte-americano e quatro vezes abaixo da média do europeu. "Isso significa que muitos brasileiros ainda não alcançaram o nível de consumo. E, para que isso aconteça, temos de dotar o Brasil de mais energia", disse.

"Laboratório"

Samek comentou ainda os polêmicos projetos de construção de hidrelétricas na Região Norte do país. Segundo ele, a tecnologia utilizada na usina binacional deve ser replicada nas que estão por vir. "Itaipu é um laboratório a céu aberto. Muito do que fizemos e que deu certo será levado para as novas usinas. O canal da piracema é um exemplo de ação: a Usina de Santo Antônio, em Rondônia, irá fazer um canal aos nossos moldes", ressaltou. "As polêmicas sobre os projetos sempre existiram. Quando a Itaipu estava sendo construída, os jornais noticiavam que ela iria alterar o clima da região, que iria provocar terremotos. Não foi o que aconteceu. É bom ouvir críticas, para melhorarmos. As usinas do Norte do país estão sendo construídas com uma preocupação maior com o meio ambiente", salienta.

Durante a entrevista, Samek fez ainda críticas às barreiras internacionais impostas ao Brasil sobre determinados produtos. "Como o nosso país possui capacidade de gerar energia barata, devido à abundância das hidrelétricas, nossa produção fica mais barata e com isso ganhamos escala. Por isso chamamos a atenção da comunidade internacional. Porém muitos países impõem barreiras à nossa agricultura e ao etanol. Tudo porque temos energia barata e competitividade, principalmente na produção do campo", explicou.

A Itaipu Binacional é parceira da Associação Internacional de Hidreletricidade (IHA, na sigla em inglês) na organização do congresso 2011 da entidade, que começou ontem e segue até o fim de semana, e é considerado o maior evento do setor hidrelétrico mundial.

O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional.

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