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Contêineres no Porto de Paranaguá. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Contêineres no Porto de Paranaguá.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Mais da metade das empresas exportadoras no Brasil avaliam que, hoje, a principal dificuldade que elas enfrentam ao vender seus bens para o exterior são as altas tarifas cobradas por portos e aeroportos. Os custos do transporte e a baixa efetividade do governo para superar os entraves internos também estão no topo da lista de queixas do setor.

As conclusões fazem parte de um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a FGV, que será divulgado nesta segunda-feira (3) pela entidade. Trata-se da mais abrangente pesquisa sobre comércio exterior já realizada pela CNI, que pretende apresentar o material nos próximos dias para a equipe de transição do futuro governo Jair Bolsonaro.

Foram ouvidas 589 empresas exportadoras, sendo que a maioria atua há mais de dez anos no ramo. Os entraves foram elencados pelas empresas por ordem de gravidade.

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Parte das dificuldades citadas são recorrentes, como os gargalos do transporte doméstico ligados a logística e infraestrutura, o que revela a persistência dos problemas, afirma Constanza Biasutti, gerente de política comercial da CNI.

“Taxa de câmbio é um assunto ao qual as empresas brasileiras são muito sensíveis, mas no contexto atual não é um entrave como tem sido em outros momentos da economia do país”, diz Biasutti.

As tarifas de portos e aeroportos são consideradas muito impactantes por 51,8% das empresas. Na lista de lamentações aparece a alta cobrança de taxas por órgãos anuentes, como Ministério da Agricultura e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com ênfase na Receita Federal.

Problemas regionais

O estudo também captura nuances regionais. No Centro-Oeste, o custo do transporte doméstico, desde a empresa até o ponto de saída do país, aparece como entrave mais crítico, com 73,9% das menções, devido à dificuldade de escoamento da produção agroindustrial. A região é desconectada e tem menor oferta de serviços de transporte.

Para o Nordeste, o mais preocupante é o custo a partir da saída do Brasil até o destino.

No fim do mês passado, a CNI foi uma das 75 entidades que enviaram a Bolsonaro uma carta aberta contra o tabelamento do frete, que foi instaurada pelo atual governo após a paralisação dos caminhoneiros em maio e determina preços mínimos para o transporte rodoviário.

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Antes mesmo do início do próximo governo, a CNI se decepcionou com a decisão do presidente eleito de submeter o ministério da Indústria à pasta de Economia do superministro Paulo Guedes.

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