Curitiba A cesta de tarifas públicas e preços administrados por contratos monitorados pelo governo tiveram alta de 1,97% em Curitiba no mês passado. A alta foi puxada principalmente pelos combustíveis, em função do aumento da margem de lucro nos postos da capital. Trata-se da segunda maior elevação do ano, perdendo apenas para março, cuja taxa foi de 2,16%.
Com esse resultado, as tarifas públicas subiram três vezes mais do que a inflação para os curitibanos, já que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,47% no mesmo período.
De acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge/PR), responsáveis pela pesquisa, se a passagem de ônibus de Curitiba não tivesse caído de R$ 1,90 para R$ 1,80, a cesta de tarifas públicas teria subido 3,37% no mês passado.
O presidente do Senge/PR, Ulisses Kaniak, alerta que hoje 32% dos gastos das famílias curitibanas estão ligados às tarifas públicas e preços administrados. Em 1994, quando o Plano Real foi lançado, o porcentual era de apenas 16%. "Com a privatização das companhias telefônicas houve uma grande ampliação da rede de telefonia, inclusive com a melhoria nos serviços, mas os reajustes ficaram muito acima da realidade", frisa.
Houve também, em julho, reajustes nas tarifas de energia elétrica (5,91%), na assinatura (6,8%) e no pulso telefônico (6,81%) e no gás de cozinha (0,07%).
O custo dos serviços públicos para uma família que reside em Curitiba foi de R$ 473,34 no mês passado. Para agosto, em função do novo aumento da gasolina, o Dieese e Senge/PR projetam elevação de 0,47%. Nos primeiros sete meses do ano, as tarifas públicas em Curitiba acumulam 1,78% de alta já que foi registrada deflação durante quatro meses consecutivos e, nos últimos 12 meses, o índice foi de 6,57%.
Segundo o economista do Dieese, Sandro Silva, a alta dos combustíveis ocorreu em função do reajuste do álcool nas usinas e do aumento da margem de lucro nos postos. Ele lembra que, em junho, a margem de lucro dos postos era de R$ 0,173 por litro de gasolina, passando para R$ 0,248 no mês seguinte o que corresponde a um ganho de 43,3%, conforme mostra a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Energia
Com a queda do seguro-apagão de R$ 0,0060 para R$ 0,0035 por quilowatt/hora, essa tarifa passou a corresponder a 1,2% do total da fatura de energia elétrica, contra 5% em dezembro.