Em meio à variedade de avaliações sobre os efeitos da crise no Brasil, será preciso muito tato para aferir a "verdadeira" temperatura do mercado imobiliário em 2009. A avaliação é do diretor da construtora Monarca, Seme Raad Filho. "Temos capacidade para lançar praticamente o dobro de unidades neste ano. Mas, para colocá-las no mercado, precisaremos saber se ele estará disposto a absorvê-las", diz o executivo. Segundo ele, a empresa deve lançar um empreendimento residencial de 150 unidades em abril e, a partir daí, decidirá o ritmo do lançamento seguinte – que poderá ter até 600 unidades mas, se preciso, será lançado aos poucos.

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Enquanto Raad avalia que o mercado tende à estabilidade neste ano, Nelson Nakid, diretor da Nakid Construções Civis, pensa que a crise tende a diminuir os lançamentos. "Apesar disso, não vejo maiores problemas. Crédito e emprego vão definir o desempenho do mercado, mas, se houver uma leve retração, não será um drama."

Luis Napoleão Filho, proprietário do Grupo LN, também adota um discurso cauteloso, apesar de projetar crescimento para sua empresa. "O mercado deve se equiparar ao nível de 2008. O que ocorre é que as empresas vão migrar para produtos de menor valor, porque nesse segmento há demanda e crédito", avalia. A própria LN seguirá essa tendência. "Antes, nossa carteira tinha mais apartamentos na faixa de R$ 280 mil, R$ 300 mil. Agora, a média vai ficar cada vez mais próxima de R$ 150 mil." É por isso que, embora a empresa deva quase triplicar o número de unidades lançadas neste ano, seu faturamento tende a subir menos – cerca de 40%, para R$ 240 milhões.

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O diretor da Concretiza, Kléber Duque, diz que sua empresa vai mais que dobrar o número de unidades lançadas. Mas pondera que isso se deve mais ao fato de a base de comparação não ser das mais altas – a Concretiza lançou dois conjuntos residenciais no ano passado, com 50 apartamentos ao todo. Esse número será superado já entre maio e junho deste ano, quando a empresa lança o conjunto Neo Towers, no Centro Cívico, com dois edifícios comerciais e um residencial. Serão três torres, com 11, 26 e 21 pavimentos. (FJ)