Seis meses depois de os bancos públicos iniciarem a política do governo de redução das taxas de juros, o custo dos empréstimos bancários atingiu o menor patamar das estatísticas oficiais. Apesar do crédito mais barato, a inadimplência de consumidores e empresas subiu neste período e se mantém há três meses no nível mais alto da série histórica iniciada em junho de 2000 pelo Banco Central.

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Dados do BC mostram que, em setembro, a taxa média de juros chegou a 29,9% ao ano. Nos dois últimos trimestres, houve redução dos juros tanto para consumidores quanto para empresas, incluindo linhas como cheque especial, crédito pessoal, veículos e capital de giro.

O nível de atrasos, no entanto, segue no nível recorde de 5,9% desde julho, puxado pela inadimplência das pessoas físicas, que corresponde a 7,9% das suas dívidas, maior porcentual desde o fim de 2009. Houve alta nos atrasos do cheque especial, crédito pessoal, cartão de crédito e no financiamento de veículos.

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O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, disse que a expectativa do governo continua a ser de queda da inadimplência até o fim do ano. "A nossa expectativa é que o crescimento da renda, do emprego e esses mutirões mais recentes de renegociação ajudem", afirmou.

Maciel disse que os empréstimos para compra de veículos concedidos neste período de IPI zero, por exemplo, não vão gerar futuramente uma onda de atrasos nessa modalidade, como ocorreu entre 2010 e 2011. "A qualidade do crédito concedido hoje, com você financiando uma parte menor do bem, assegura comportamento melhor da carteira de veículos. Os prazos também são menores."

Felipe Queiroz, economista da Austin Asis, avalia que a inadimplência deve subir um pouco até o fim deste ano e terminar 2013 no nível em que está hoje. Ele não vê, no entanto, esse dado com preocupação, por causa do nível elevado de emprego e renda. Queiroz diz ainda que os bancos estão bem capitalizados e podem assimilar esse nível de atrasos. O economista Adriano Lopes, do Itaú Unibanco, diz que as novas concessões de crédito devem contribuir para que as taxas de inadimplência, em breve, apresentem tendência de queda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.