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Juros

Taxa média cobrada por bancos e financeiras é a menor desde 2001

Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras recuaram levemente em junho e a trajetória de queda prossegue neste mês, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira. A taxa média caiu a 43,2% ao ano em junho, a menor desde março de 2001 (42%), ante 43,8%, registrada em maio.

- Isso já vem se dando há algum tempo. O processo é de consolidação (da queda das taxas) - afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Somente para a pessoafísica, a queda ficou em 0,3 ponto percentual, indo para 55,8% ao ano, a menor taxa da série histórica, iniciada em 2004. Já para as empresas, o recuo foi ainda maior: de 0,9 ponto percentual, para 28,8% ao ano.

Os spreads (diferença entre o custo de captação e a efetivamente cobrada pelos bancos) também cederam em junho. Para o consumidor final, eles ficaram em 40,6 pontos percentuais (queda de 0,5 ponto) e para as pessoas jurídicas, em 13,6 pontos percentuais (queda de 0,4 ponto).

No caso das pessoas físicas, além de buscarem as modalidades mais baratas de crédito, houve uma melhora da massa salarial - o que faz com que as pessoas dependam menos do financiamento bancário, citou Altamir Lopes.

Dentre as modalidades de crédito para pessoas físicas, a que mais apresentou recuo nas taxas de juros foi a de CDC de bens duráveis, passando de 58,1% ao ano para 57,5% ao ano. Os juros do cheque especial recuaram 0,3 ponto percentual, para 145,1% ao ano em média, enquanto que os juros do crédito pessoal perderam 0,1 ponto, para 62,2% ao ano.

Em julho, a tendência de queda está sendo mantida. Até o último dia 13, os juros médios já estavam em 42,5% ao ano, sendo que para o consumidor final, em 54,7% (queda de 1,1 ponto) e para as empresas, em 28,5% (recuo de 0,3 ponto).

O volume total das operações de crédito no país, que inclui recursos livres e direcionados, chegou a R$ 658,9 bilhões em junho, com crescimento de apenas 0,7%, informou nesta terça-feira o Banco Central, mostrando desaceleração em relação ao mês anterior, quando houve expansão de 2,7%. A relação desse volume com o Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 32,4% em junho, ligeiramente abaixo dos 32,5% observados em maio.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a queda na concessão de cheque especial (de 9,1% no mês, para R$ 16,365 bilhões) e o câmbio sobrevalorizado (5,9% em junho) explicam o encolhimento.

- Na medida em que se tem aumento de renda, a primeira possibilidade é sair do crédito mais caro - afirmou Lopes, lembrando que a taxa de juros do cheque especial é a mais alta do pais, de 145,1% ao ano, em média.

Outro fator é a procura menor de crédito pelas grandes empresas, que estão buscando outras formas de financiamentos fora do sistema bancário. Em março, por exemplo, os empréstimos bancários acima de R$ 100 milhões respondiam por 14,4% do volume total de crédito para pessoas jurídicas, enquanto que um ano antes a fatia era de 15,1%. A realização da Copa do Mundo também pode ter influenciado, já que as instituições financeiras acabaram funcionando com horários diferenciados nos dias de jogos da seleção brasileira.

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