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Taxa Selic

Juro pode subir mais rápido se inflação continuar alta, alerta Copom

Usina termelétrica em Araucária (PR): crise hídrica obriga o país a acionar parque térmico por mais tempo, o que vem encarecendo a tarifa de energia e pressionando a inflação. (Foto: Marcelo Andrade)

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O juro pode subir com mais rapidez, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça. O principal motivo é a inflação, que insiste em se manter em patamares elevados. Nos 12 meses encerrados em maio, o IPCA – a inflação oficial calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – acumula uma alta de 8,06%.

Para o Banco Fibra, o comitê deixa aberta a porta para um ajuste mais agressivo, levando a taxa básica de juro para um patamar contracionista, o que dependerá da avaliação do cenário a cada reunião.

Relatório do Itaú aponta que é possível uma alta de um ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do comitê do Banco Central (BC), prevista para acontecer no início de agosto. Com isso, a taxa iria para 5,25% ao ano.

“O Copom afirma que antevê outro reajuste da mesma magnitude [0,75%], mas destaca que uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários, abrindo assim espaço para potencialmente acelerar o ritmo de alta da taxa Selic”, cita o relatório.

Atividade mais robusta

O Comitê aponta que, apesar da intensidade da segunda onda da pandemia, os indicadores mais recentes mostram uma economia mais aquecida do que se esperava e que os riscos para a recuperação econômica se reduziram significativamente.

Um termômetro disso é o crescimento, há nove semanas, das expectativas de crescimento do PIB estão em alta. O ponto médio das projeções coletadas pelo Banco Central no Relatório Focus está em 5%.

A persistência da pressão inflacionária, que se revelou maior do que esperado, também está no radar do órgão. O Copom destaca que “a lentidão na normalização nas condições de oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação elevada no curto prazo, apesar da recente apreciação do real”.

Outro aspecto a que o Copom disse estar atento é o comportamento dos preços nos serviços à medida que os efeitos da vacinação sobre a economia se tornam mais significativos. A projeção, a partir de dados levantados no Relatório Focus, é que o IPCA encerre o ano com uma alta de 5,8%.

Riscos para a economia

A ata do Copom alertou também para dois riscos. O documento aponta que uma possível reversão, ainda que parcial, do recente aumento no preço em real das commodities produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico.

Por outro lado, fez um alerta que novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda ou piorem a trajetória fiscal podem elevar o risco-país, que nesta terça (22) estava 28% abaixo do nível de 31 de março.

O Copom avalia que os estímulos monetários e fiscais estão resultando em crescimento robusto e que as divulgações recentes da inflação podem criar um ambiente mais desafiador na maior parte do mundo. “As autoridades também mencionaram que novas discussões sobre aumento duradouro da inflação nos Estados Unidos podem criar um ambiente mais desafiador para economias emergentes”, cita o relatório do Itaú.

Economistas do Bradesco apontam que o fluxo de dados quanto à atividade econômica, à taxa de câmbio e às expectativas determinarão o ritmo de elevação em agosto.

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