Copom anuncia nesta quarta -feira (26) se mexe na taxa Selic, que define os juros básicos da economia brasileira| Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) atualiza nesta quarta-feira (26) a taxa básica de juros (Selic), que serve de referência para o custo de grande parte dos empréstimos no país. A tendência é de que ela seja mantida em 13,75%, segundo expectativas de bancos, corretoras e consultorias no boletim Focus.

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Para Rafael Perez, economista da Suno Research, o Copom deverá ponderar sobre as incertezas domésticas e globais antes de tomar qualquer decisão, pesando sobre os riscos altistas e baixistas divulgados na última ata.

Os riscos altistas que pressionam os juros para cima são:

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  • Maior persistência das pressões inflacionárias ao redor do mundo;
  • Incertezas sobre o futuro do arcabouço fiscal do país; e
  • Hiato do produto (diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial do país) mais estreito que o projetado.

Mas há fatores que estão contribuindo para o trabalho do Banco Central no controle da inflação. Eles são:

  • Queda no preço das commodities;
  • Desaceleração da economia global; e
  • Manutenção, em 2023, de cortes de impostos realizados em 2022.

Economistas do Itaú consideram que o período de redução na inflação apenas começou e tende a ser lento em itens como os serviços. “Adicionalmente, ainda há fontes importantes de incerteza, como preço das commodities, comportamento de ativos financeiros, condução da política fiscal e o nível de hiato da economia”, apontam em relatório.

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Eles afirmam que o Copom deve manter o tom de vigilância: “Ao não realizarem mudanças na sinalização, acreditamos que as autoridades reforçarão o tom da cautela, indicando que a discussão sobre eventuais cortes de juros ainda está distante”.

O Bradesco avalia que, após encerrar o ciclo de alta de juros na última reunião, espera-se que o Banco Central mantenha a Selic em 13,75% ao ano nesta quarta. "Dessa forma, os mercados analisarão o comunicado da decisão e o tom adotado para pensar os próximos passos do BC", diz o banco em relatório.

Pedro Paulo Silveira, da Nova Futura Asset, espera também que a taxa seja mantida no atual patamar, sinalizando algum refresco para o primeiro semestre de 2023.

Elevação não é descartada, mas é improvável

Uma elevação de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para 14% ao ano, não é descartada, mas é vista como um cenário de baixa probabilidade. “A autoridade monetária mencionou que se manterá vigilante e não hesitará em retornar novas altas na Selic caso não evolua no processo de desinflação da economia”, diz Perez, da Suno Research.

A inflação para os próximos meses sinalizada pelo boletim Focus está em queda. A expectativa atual é de que ela feche o ano em 5,13%, mesmo assim acima da meta.

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Início da queda na taxa Selic

Por ora, as projeções sinalizam para uma queda da taxa Selic apenas no segundo semestre de 2023. Segundo os economistas do Itaú, a intensidade e a data de um eventual início de ciclo de cortes estão condicionadas a sinalizações sobre o rumo das contas públicas, em especial no que diz respeito a potenciais mudanças no atual arcabouço do teto de gastos que alterem a capacidade de convergir para superávits primários recorrentes e a estabilização da relação dívida/PIB.