Brasil, Chile, França e Noruega se juntaram às Nações Unidas e à Fifa e lançaram nesta sexta-feira um plano para usar a renda de um novo imposto sobre viagens aéreas para tratar vítimas da Aids, da malária e da tuberculose em países pobres.
O chamado Instrumento de Compra Internacional de Drogas foi lançado durante uma conferência da ONU que discute estratégias contra a pandemia de Aids.
- Este é um dia maravilhoso para os pobres e doentes - disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. - Vai ajudar milhões de pessoas mundo afora.
O imposto sobre passagens aéreas é muito defendido pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Jacques Chirac (França). Vários outros países sinalizaram a intenção de aderir.
O chanceler Philippe Douste-Blazy disse que o imposto francês, que começa a vigorar em 1º de julho, deve arrecadar US$ 300 milhões por ano. Ele vai variar de 1 a 40 euros (US$ 1,28 a US$ 51,11) por bilhete nos vôos que saem da França, dependendo da classe e da distância da viagem.
Segundo Douste-Blazy, o gradual aumento do número de países participantes pode fazer o valor arrecadado atingir até US$ 1,5 bilhão.
Diante do crescimento das tarifas aéreas, em decorrência do aumento dos combustíveis, os Estados Unidos resistem à proposta, que tampouco encontrou ampla acolhida na Europa. As empresas aéreas também se opõem, por temerem que o aumento no custo afaste passageiros.
O chanceler francês incentivou Washington a criar um programa voluntário que permita às pessoas contribuírem com o novo fundo. Ele disse também que o preço dos medicamentos tende a cair com essa iniciativa, por causa do grande volume a ser adquirido.
Grã-Bretanha, Chipre, Congo, Gabão, Costa do Marfim, Jordânia, Luxemburgo, Magadascar, Maurício e Nicarágua também já aprovaram ou esperam aprovar o novo imposto aéreo.
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