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Tebet defende mudança em mandato do presidente do Banco Central
Tebet disse que a mudança no mandato do presidente do BC, indicado pelo governo anterior, evitaria “ruídos” com a nova gestão do Executivo.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu nesta terça-feira (2) uma mudança no mandato do presidente do Banco Central. A alteração evitaria que o presidente da República eleito governasse por dois anos com um indicado pelo governo anterior no comando da autoridade monetária. 

Atualmente, o presidente do BC atua dois anos em uma gestão e mais dois anos com outro ocupante do Palácio do Planalto. 

“Acho que é saudável a autonomia do Banco Central, mas eu questionei [quando senadora] esses dois anos de um presidente do Banco Central de governos passados. Acho que um ano é mais que o suficiente, é o tempo de se adequar e passar o bastão”, disse Tebet a jornalistas no Senado.

“Mas, repito, isso não significa interferência do Executivo ou do Legislativo no Banco Central. Isso não é permitido porque a autonomia do BC está aí, é um preceito constitucional, do qual eu comungo”, acrescentou.

Para a ministra, a convergência dos mandatos no BC e no Executivo nesses dois anos cria “ruídos”.

“Dois anos acho que cria esse estresse, esse ruído. Está mostrando que, de alguma forma, eu posso ter tido razão quando questionei alguns colegas sobre isso. Um ano que possa ter alguém que possa ter diálogo institucional, jamais de vinculação ou direcionamento de política monetária, mas um diálogo institucional mais fácil, seja esse presidente ou o próximo”, ressaltou Tebet.

Lula x Campos Neto

Há cerca de duas semanas, o presidente Lula (PT) vem aumentando as críticas ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. Na semana passada, o petista classificou como um “absurdo” ter que presidir o país por dois anos tendo um indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no comando da autarquia.

"O Banco Central tem autonomia, o cidadão [Campos Neto] tem mandato. Veja que absurdo, eu ganhei as eleições para presidente da República e vou ficar dois anos com um presidente do BC indicado pelo adversário, que pensa ideologicamente diferente de mim, que pensa economicamente diferente de mim", afirmou Lula à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, no último dia 27.

O mandato de Campos Neto termina no final deste ano. Lula indicará o novo presidente do BC, que comandará a instituição até 2028. Desde 2021, a autarquia tem autonomia operacional. Além disso, o Senado analisa uma proposta de emenda Constitucional (PEC) que concede autonomia financeira ao BC.

Nesta manhã, o mandatário voltou a acusar Campos Neto de conduzir o BC com “viés político”. Lula tem feito declarações diárias contra o presidente do Banco Central, principalmente após o Comitê de Política Monetária (Copom) interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros no último dia 19. O colegiado manteve, por unanimidade, a Selic em 10,50%.

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