Robôs em linhas de montagem devem reduzir número de pessoas empregadas.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Conhecido como “quarta revolução industrial”, o processo de desenvolvimento da robótica, da inteligência artificial e da biotecnologia deve eliminar 7,1 milhões de empregos durante os próximos cinco anos, nas maiores economias mundiais, segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) publicado em Davos, na segunda-feira. O número, que deveria ser parcialmente compensado pela criação de 2,1 milhões de novos cargos, contribui para a previsão das Nações Unidas de um aumento de 11 milhões na taxa de desemprego global até 2020.

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A avaliação, que estudou países como Estados Unidos, Alemanha, França, China e Brasil, destaca os desafios criados pelas tecnologias modernas, que automatizam e tornam redundantes diversas tarefas humanas, como a fabricação de produtos e cuidados com a saúde.

“Esses fenômenos provocarão grandes perturbações não só nos modelos empresariais como também no mercado de trabalho durante os próximos cinco anos”, afirma o WEF, organizador do Fórum de Davos, que começará na próxima quarta-feira nesta cidade dos Alpes suíços.

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Estudos baseados em uma pesquisa global de executivos e funcionários de estratégia mostram que dois terços das perdas são esperadas para acontecer em setores administrativos, visto que as máquinas inteligentes assumem cada vez mais tarefas rotineiras.

O relatório “O Futuro dos Empregos” conclui ainda que, apesar de o impacto das perdas variar consideravelmente em cada área, postos de trabalho serão perdidos em todas os setores da indústria — principalmente na saúde, devido ao aumento da telemedicina, e nos setores de energia e serviços financeiros. Por outro lado, haverá uma crescente demanda de profissionais qualificados, como analistas de dados e especialistas em representantes de vendas.

Como, diversas vezes, os empregos majoritariamente femininos se concentram em áreas em declínio ou em baixo crescimento, as mulheres serão as maiores prejudicadas com a perda de suas atividades, principalmente em vendas, trabalhos de escritório e funções administrativas. Enquanto os homens terão um emprego adquirido para cada três perdidos, elas enfrentam mais de cinco empregos perdidos para cada novo.

O WEF criou o painel “a quarta revolução industrial” — um tema que abrange a robótica, nanotecnologia, impressão em 3D e biotecnologia. A quarta revolução transformará a economia mediante a combinação de diversos fenômenos já existentes, como a internet das coisas e o Big Data.

Enquanto a primeira revolução industrial foi desencadeada pela generalização da máquina a vapor, a segunda se deu pela eletricidade e redes de montagem e a terceira pela eletrônica e pela robótica.

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Esses processos transformaram radicalmente os processos produtivos e os mercados de trabalho e, de acordo com o WEF, a quarta não será diferente.

“Sem ações urgentes e focadas para gerenciar essa transição a meio prazo e criar uma mão de obra competente para o futuro, os governos terão que enfrentar um aumento constante do desemprego assim como um agravamento das desigualdades”, explica Klaus Schweb, presidente e fundador do WEF, citado no comunicado.