O dólar fraco e os lançamentos tecnológicos que ainda não desembarcaram no Brasil devem aumentar o número de presentes importados debaixo da árvore de Natal neste ano. A compra de produtos do exterior bateu recorde no terceiro trimestre, com alta de 40,9% em relação ao mesmo período de 2009. Na comparação com o segundo trimestre, as importações tiveram incremento de 7,4%.
Segundo a Receita Federal em Curitiba, por onde passam todos os produtos até dois quilos que chegam ao Brasil, a onda de consumo de importados, somada ao Natal, chega a dobrar o número de encomendas, passando dos habituais 25 mil produtos por dia para 50 mil os importados entre 2 e 20 quilos seguem para o Rio de Janeiro e as encomendas expressas (espécie de Sedex para remessas internacionais) vão para São Paulo.
Para garantir que ninguém fique sem o iPad, o perfume francês de preferência ou aquele tênis recém-lançado pelo astro do momento no basquete americano, a Receita adotou algumas medidas na capital paranaense a fim de manter a normalidade do serviço. As ações passam por realocar colaboradores de outros departamentos para o trabalho de triagem em dezembro e janeiro. O serviço que antes era feito por cinco pessoas passa a contar com 13 funcionários.
"O somatório das encomendas que chegam ao Rio de Janeiro e em São Paulo é inferior ao que recebemos em Curitiba. Mesmo assim, a média é de cinco dias para liberar o produto. A nossa intenção é manter esse ritmo neste mês e em janeiro, outro período de grande movimento", afirma o inspetor da Receita Federal em Curitiba, José Henrique Nicole Soares.
Amostragem
A Receita trabalha no sistema de amostragem e aproximadamente quatro mil encomendas são verificadas por dia. "Isso não significa que o restante não seja verificado. É que documentos e livros, grande parte das encomendas, não sofrem tributação e são liberados imediatamente", explica Soares. A intenção é alcançar 100% de verificação ao longo do próximo ano, quando a empresa de Correios estará em um prédio novo e a Receita ganhará uma área de seis mil metros quadrados no local.
Para que não ocorra o risco de atraso na liberação ou mesmo a apreensão do produto, Soares indica aos consumidores que busquem comprar de empresas idôneas e que façam a declaração correta das informações. "Quanto melhor for a empresa e a forma de declaração do produto, mais fácil e rápido de liberar. Se a descrição e o valor estiverem corretos, passa pelo raio-x e é liberado. Do contrário, se a declaração for errada na caixa e identificarmos a intenção, pode perder o produto", afirma.
Liberado, o produto segue para a agência dos Correios mais próxima da residência do comprador. Após comunicado, basta comparecer, pagar a taxa de 60% do valor do produto no próprio local e retirar o importado. Caso a pessoa não concorde com a tributação imposta pela Receita, é possível pedir revisão. "Caso a pessoa se sinta prejudicada no momento da retirada do produto, pode pedir a revisão, que demora questão de dias. O ideal é fazer isso antes de pagar a taxa. Se pagar e for pedir reembolso, demora cerca de três meses para receber a restituição", explica o inspetor Soares.
Presentes de Natal
O produtor de eventos Dado Dantas aguarda a chegada dos importados que comprou para presentear amigos, familiares e fornecedores. Comprador assíduo pela internet, o empresário optou pelos livros neste Natal. "Nunca chega depois do prazo. Ao contrário, sempre antes. Geralmente em sete dias. O processo é extremamente confiável", afirma.