BM e Apple anunciaram nesta semana iniciativas que levam o telefone celular a uma nova funcionalidade: a de dispositivo para obter e analisar informação sobre diferentes doenças e ajudar no processo de diagnóstico.

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O ResearchKit, a ferramenta incorporada ao iPhone, da Apple, está disponível desde terça-feira da semana passada para os pesquisadores médicos que quiserem desenvolver aplicativos para diagnósticos ou obter e analisar dados sobre a saúde.

Quando o usuário do telefone der o aval, o ResearchKit pode acessar dados da atividade da pessoa, como movimentos, memória e outros.

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Além disso, o ResearchKit pode se comunicar com o software de acompanhamento de informação sobre saúde HealthKit, uma ferramenta integrada ao sistema operacional iOS que permite que aplicativos de saúde usem os sensores do iPhone e compilem dados sobre o peso do usuário, a pressão sanguínea, os níveis de glicose e uso de inaladores para asma, entre outros.

Os primeiros cinco aplicativos desenvolvidos para funcionar com o ResearchKit identificam asma, câncer de mama, problemas cardiovasculares, diabetes e mal de Parkinson.

Segundo a Apple, mais de 60 mil usuários de iPhone deram permissão para a coleta de dados desde o lançamento dos primeiros aplicativos em março.

A expectativa é que o acesso ilimitado e aberto permita o desenvolvimento de aplicativos em outras áreas e faça com que esses estudos atraiam o interesse de dezenas de milhares de pessoas.

Os dados compartilhados de forma voluntária pelos usuários da Apple também poderão ser conectados a partir desta semana ao supercomputador IBM Watson, capaz de processar informação equivalente a um milhão de livros por segundo e que ficou famoso em 2011, após derrotar os campeões do popular concurso televisivo Jeopardy.

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“Queremos ser o cérebro analítico por trás do HealthKit e do ResearchKit”, disse em declarações à imprensa o vice-presidente da IBM, John Kelly.

A IBM anunciou uma parceria com Apple, Johnson & Johnson e a empresa de equipamentos médicos Medtronic para criar uma nova divisão dedicada à análise de dados relacionados à saúde.

A inteligência artificial de IBM Watson analisará enormes bases de dados sobre a saúde com o objetivo de oferecer informações valiosas a hospitais, médicos, seguradoras e pacientes individuais.

Especialistas como Daniel Kraft, diretor do departamento de Medicina e Neurociência da Singularity University (Califórnia), acreditam que os celulares serão cada vez mais utilizados como “dispositivos médicos” e permitirão aos pacientes administrar a própria saúde.

O médico, empreendedor e inventor afirmou, em entrevista à Agência Efe, que “a tendência mais interessante no campo da saúde é a convergência dos dispositivos portáteis com informação que empodera os pacientes”.

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Kraft afirmou que dispositivos portáteis já permitem medir o nível de açúcar no sangue, as horas de sono e o ritmo cardíaco.

Segundo ele, trata-se de uma tendência ainda incipiente que continuará evoluindo e possibilitará combinar dispositivos portáteis com sensores e análise de dados para transformar o usuário “no dono da própria saúde, no executivo-chefe de sua saúde”.

O pesquisador ressaltou ainda que o avanço tecnológico permitirá cada vez mais que os indivíduos se “autoavaliem”, medindo coisas como o número de passos diários, o nível de diabetes e a dieta.

Kraft prevê que os médicos do futuro “prescreverão aos pacientes aplicativos” que os ajudem a perder peso, deixar de fumar, controlar seus remédios e medir a pressão sanguínea.