A estratégia da Horizons Telecom, empresa curitibana de telecomunicações, para sobreviver em um mercado cercado de grandes operadoras ainda é a mesma de quando foi lançada em 2012: atender os nichos corporativo e de gestão pública, levando serviços personalizados de internet e sem intermediários durante processo. Manter essa estratégia não significa que a empresa não evoluiu, mas sim que o plano tem funcionado, de acordo com o diretor de vendas Paulo Humberto Cerchi Gouvea.
Uma boa demonstração dessa evolução é a entrada no recente no mercado de voz. A alternativa é uma das “armas” para atender as necessidades de pequenas e médias empresas. A ideia, segundo Gouvea, é não tratar essas empresas como varejo, diferente do que as outras operadoras fazem, já que essas focam principalmente no mercado doméstico.
Para isso, a operadora lançou o Horizons One, serviço combinado de telefonia e internet dedicada (modalidade de conexão direta com o provedor), oferecendo portabilidade de número e pacotes personalizados para cada cliente.
“O que a gente oferecia de produtos acabava atendendo a demanda principalmente das médias e grandes empresas. Para entrar de vez nas pequenas empresas precisávamos combinar serviços de internet e voz. Com isso, aumenta o que chamo de mercado endereçado, ou seja, as nossas possibilidades de clientes”, explica o diretor.
O novo serviço de voz também amplia significativamente a área de atuação da empresa, já que a previsão é de que ele ocupe um papel de protagonista no crescimento da Horizons, que desde 2012 é de cerca de 35% ao ano. Outro ponto importante é a consolidação da operadora não só em Curitiba, mas em outras quatro cidades: Barueri, Mauá, Osasco e São José dos Campos, todas localizadas no polo industrial de São Paulo.
De acordo com Gouvea, a previsão é que, com 100% de implantação do serviço de voz nas cinco cidades em que a Horizons atua (o que deve ocorrer no início do ano com a chegada do serviço em São José dos Campos), São Paulo e Curitiba tenham o mesmo peso no faturamento final da empresa.
Com os serviços totalmente implantados, o próximo passo, quase que natural, é ampliar a rede de fibra ótica da empresa, que hoje conta com 3 mil quilômetros de extensão e atende quase 5 mil pontos de acesso. “A gente vinha alcançando em média duas cidades por ano, mas em 2016, pelo contexto econômico do país, desaceleramos. Mas o plano é continuar ampliando para outras cidades já em 2017”, destaca Gouvea.
Mesmo com a ampliação, ele garante que a intenção não é chegar a milhares de clientes como as grandes operadoras, pois isso demandaria uma mudança completa na estratégia da empresa. “Isso significaria abrir mão da autonomia de todas as etapas nos nossos serviços, que hoje é a nossa principal característica”, afirma. “Claro que estamos sempre adicionando clientes na nossa base, mas sempre mantendo a identidade de entregar com qualidade 100% daquilo que foi contratado”, finaliza.