A Telecom Italia fará uma oferta de aproximadamente 7 bilhões de euros (US$ 9,2 bilhões) pela empresa GVT, que deixará a francesa Vivendi com uma fatia de 15% a 20% no grupo italiano, disseram quatro pessoas próximas ao tema. A Telecom Italia está competindo com a espanhola Telefónica pelo controle da GVT, que vende serviços de banda larga e de TV paga para consumidores no Brasil. A Telefónica, que curiosamente é a maior acionista da Telecom Italia, ofereceu à Vivendi cerca de 4 bilhões de euros em dinheiro pela GVT mais uma fatia de 12% no grupo a ser criado com a fusão.
O Brasil é crucial tanto para a Telefónica como para a Telecom Italia, porque o mercado ainda tem potencial de crescimento, especialmente na banda larga e na TV paga, na comparação com mercados mais maduros da Europa. Eles já controlam as duas maiores operadoras do país, a Vivo, da Telefónica, e a TIM Participações, da Telecom Italia.
Adquirir a GVT seria especialmente importante para a Telecom Italia, já que a TIM é a única operadora de celular brasileira sem um negócio fixo forte e tem um market share de menos de 1% da banda larga fixa. A Telefónica tinha uma fatia de 18,4% no mercado de banda larga no final do primeiro trimestre, atrás da América Móvil e da Oi, enquanto a GVT tinha 12,7%.
A oferta da Telecom Italia, marcada para ser discutida em uma reunião do Conselho de Administração nesta quarta-feira, está estruturada em torno de uma fusão da GVT com a TIM.
A Vivendi receberia uma fatia da Telecom Italia via aumento de capital e também receberia um pequeno valor em dinheiro, disseram as fontes, sem citar o montante. A empresa também ficaria com aproximadamente 12% da empresa que será originada da fusão.
Estratégia
Ainda não se sabe como a Vivendi irá responder à disputa pela GVT. O conselho da empresa deve discutir a situação numa reunião antes de os resultados do segundo trimestre serem publicados amanhã.
O grupo com sede em Paris vendeu dois de seus três negócios de telecomunicações nos últimos dois anos em um esforço de focar em suas atividades de mídia, que incluem o Universal Music Group e a operadora de TV paga francesa Canal Plus. Uma venda da GVT, seu último e menor ativo de telecomunicações, se encaixará nesse padrão.
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