Em uma reviravolta que pode mudar os rumos do movimento de consolidação no mercado de telecomunicações no Brasil, a Telecom Itália, controladora da TIM Brasil, estaria analisando uma parceria com a Oi, segundo o jornal italiano Il Sole 24 Ore. A proposta, se concretizada, tem como objetivo evitar que a TIM Brasil se torne alvo de compra da própria Oi, que contratou o BTG, no mês passado, para intermediar uma proposta de compra da TIM.
A estratégia estaria sendo costurada pelo presidente do grupo italiano, Marco Patuano, que aguarda a assembleia de acionistas da companhia, marcada para o dia 25, para discutir o futuro da TIM Brasil, segunda maior operadora de celular do Brasil. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmaram que o grupo já teria consultado assessores financeiros sobre a possibilidade de usar a empresa brasileira para comprar a Oi, a quarta operadora brasileira.
O grupo trabalha, contudo, com duas propostas: a venda da TIM, diante de uma oferta estratosférica, ou promover uma aliança ou fusão, criando uma nova companhia. A Oi ainda não foi contatada oficialmente. Procuradas, Oi e TIM não comentaram o assunto.
"A consolidação é uma realidade. O fato é que a Oi será protagonista desse movimento seja qual for a decisão que será tomada", disse uma fonte familiarizada com o assunto. Segundo a mesma fonte, as operadoras estão alavancadas, com margens e geração de caixa baixas.
A Oi trabalha, neste momento, com o cenário de ser uma consolidadora. A América Móvil, dona da Claro, informou semana passada que considera a proposta de participar do fatiamento da TIM. A Telefônica, segundo fontes, também deverá participar, mas aguarda concluir as negociações para comprar a GVT, que pertence à francesa Vivendi. A Telecom Itália foi preterida pela Vivendi e busca consolidar-se no Brasil. Pesa contra a Oi o fato de a operadora ser alavancada, com dívidas de R$ 46,2 bilhões e valor de mercado de R$ 14,2 bilhões. O valor de mercado da TIM é avaliado em US$ 14 bilhões.
A disposição da Telecom Itália em contra-atacar a oferta da Oi já repercutiu em Brasília, onde autoridades da área passaram a considerar essa alternativa mais "palatável" ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ou seja, uma fusão entre a TIM e a Oi enfrentaria menos restrições do que a eliminação da italiana do mercado brasileiro, com o fatiamento entre Oi, Claro e Telefônica.
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