O setor de telefonia móvel não tirou férias de fim de ano e dezembro registrou o maior número de habilitações na história do país, levando analistas a acreditar que 2012 deve manter um ritmo de crescimento aquecido. Durante último mês do ano foram 6,1 milhões de acessos móveis, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No acumulado de 2011, então, somam-se 39,3 milhões de novas linhas, o que elevou a base móvel no país para 242,2 milhões de acessos em 2011. Ou seja, é um mercado com penetração superior a 100% e que continua em expansão, ainda que o crescimento possa ser mais lento do que o visto em 2011. Analistas atribuem o contínuo avanço à substituição da telefonia fixa pela móvel e ao aumento da venda de banda larga móvel de terceira geração (3G) - e todos os acessos de telefonia móvel, 17% já contam com Internet 3G. "Para 2012, nosso cenário para o mercado brasileiro sugere que os SIM-card (acessos) alcançarão 275,3 milhões", afirmou em relatório o analista Diego Aragão, da corretora Flow, um crescimento de 13,67%. A previsão do analista demonstra, desta forma, que o crescimento deve desacelerar no ano -de 39,3 milhões de novas linhas em 2011 para 33,1 milhões em 2012. "A gente já espera uma desaceleração há muito tempo e ela não acontece", afirmou Luciana Leocadio, da corretora Ativa. "Esperamos que (a base) vá continuar crescendo mais lentamente, mas ainda assim crescendo". Segundo ela, os planos pessoais de dados devem continuar impulsionando o setor. Atualmente, as operadoras têm planos de dados específicos para smartphones e tablets, o que ajuda na comercialização de chips. Além disso, o avanço dos planos pré-pagos - que totalizam 81,8% da base - e de celulares que aceitam mais de um chip também ajudam nessa expansão, à medida que usuários podem alternar entre operadoras para aproveitar as promoções comerciais de cada uma. "O mercado amadureceu bastante, as operadoras sabem o que dá ou não dinheiro no pré-pago", afirmou à Reuters. Contudo, ainda é preciso observar se o aumento da concorrência e dos custos promocionais podem pressionar as margens das empresas do setor, e preferir um modelo de negócio de "qualidade sobre quantidade" da base de usuários. "Acreditamos que em 2012 investidores vão preferir ver crescimento das receitas sobre crescimento de assinantes, especialmente com o aumento da penetração de dispositivos 3G", afirmaram em relatório os analistas Vera Rossi, Felipe Pereira e Gilberto Garcia, do Barclays. Competição móvel Se 2011 foi um ano no qual a competição entre operadoras foi bastante acirrada, 2012 pode apresentar uma escalada nessa briga, segundo analistas. Em relatório sobre a Telefônica Brasil, o analista Alex Pardellas, do Banif, afirmou o cenário de competição deve ser ainda mais intenso - inclusive em serviços de telefonia fixa. "O principal risco da Telefônica Brasil é a competição no setor de telecom, que está se tornando mais forte no Brasil. Este cenário vai piorar a partir de agora, visto que a TIM adquiriu AES Atimus (TIM Fiber) no final de 2011 e vai oferecer serviço de banda larga fixa em regiões importantes do Rio de Janeiro e São Paulo", disse em nota. De acordo com Luciana, da Ativa, o ano pode ser ainda mais quente se a Claro, do grupo América Móvil, e a Oi decidirem partir para a briga. "Tanto Oi quanto Claro foram mais devagares (em novos acessos) em 2011, e podem trazer mais concorrência neste ano".

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