O grupo francês de mídia Vivendi concluiu um acordo para vender toda a empresa GVT, incluindo TV a cabo, telefonia e Banda Larga, para a espanhola Telefónica. No negócio estão envolvidos dinheiro e ações no valor de cerca de 7,2 bilhões de euros (cerca de R$ 22 bilhões), conforme anunciaram as empresas nesta sexta-feira (19). A transação ainda está sujeita à aprovação regulatória no Brasil.
A francesa Vivendi, na transação, adquirirá 5,7% de Telecom Italia, com o que a operadora espanhola alcança seu objetivo de sair da empresa italiana.
No fechamento da operação, o grupo espanhol controlará 92,5% da empresa resultante da integração da Telefônica Brasil com a GVT, enquanto cerca de 7,5% ficará nas mãos da Vivendi.
Ambas companhias negociavam com exclusividade desde o dia 29 de agosto a compra e venda da GVT, empresa pela qual também se interessou a Telecom Italia.
Para controlar a GVT, a Telefônica abonará com dinheiro 4,663 bilhões de euros a Vivendi, que, além disso, receberá 12% do capital social da sociedade resultante da integração da Telefônica Brasil e da GVT.
Segundo informa Vivendi em uma nota, dessa quantia em dinheiro será preciso descontar dívida bancária no valor de 450 milhões de euros.
A companhia lembra que a operação está submissa à aprovação por parte das autoridades de competência e estima que será concluída definitivamente no final do primeiro semestre de 2015.
Em paralelo, a Vivendi aceitou a oferta da Telefónica para comprar-lhe 1,11 bilhão de ações ordinárias que tem da Telecom Italia e que representam atualmente uma participação de 8,3% do capital com direito a voto da companhia italiana, equivalente a 5,7% de seu capital social.
Em troca, a Vivendi entregará à espanhola 4,5% da sociedade resultante da integração da Telefônica Brasil e da GVT.
O pagamento com dinheiro se financiará através de uma ampliação de capital da Telefônica Brasil, na qual a Telefônica participará mediante outra ampliação.
Recentemente, o presidente da Telefônica, Cessar Alierta, confirmou o interesse de sua companhia em sair de Telecom Italia, um objetivo que alcançou com a operação brasileira, embora seu fechamento se diferirá três anos, uma vez que em julho Telefônica emitiu bônus a três anos obrigatoriamente passíveis de troca por ações da Telecom Italia no valor de 750 milhões de euros.
Em comunicado, a Telefônica ressaltou hoje que a integração com a GVT gerará sinergias de, pelo menos, 4,7 bilhões de euros.
A nova Telefônica Brasil consolidará sua liderança como operador integrado de comunicações do país, líder no segmento móvel e de banda larga, com cobertura nacional e um perfil de cliente de alto valor.
A GVT conta com uma importante rede de nova geração com mais de 10,4 milhões de lares em 21 estados brasileiros e mais de 2,5 milhões de clientes de banda larga.