O grupo espanhol Telefónica costura uma oferta conjunta com a Oi e a América Móvil, dona da Claro, pela assumir o comando da TIM Brasil, segundo o jornal italiano Il Sole 24 Ore. Em reação à informação, divulgada ontem, as ações das operadoras dispararam (com altas de até 27%) na BM&FBovespa. De acordo com a publicação italiana, a operação estaria sendo coordenada pelo banco de investimentos BTG Pactual e poderia ter um desfecho ainda este mês. Caso seja confirmado, o negócio é estimado pelo mercado financeiro em 9 bilhões de euros.
Embora empresas e autoridades regulatórias tenham negado a transação, a notícia bateu em cheio no mercado de ações. Os papéis da Oi, pertencente à Portugal Telecom, a fundos de pensão de empresas estatais e à Andrade Gutierrez, tiveram a maior alta: 17,43% para as preferenciais (PN, sem direito a voto) e 27,07% para as ordinárias (ON, com voto). As ações da Vivo subiram 2,51%, enquanto os papéis da TIM Brasil avançaram 10,73%.
Desde setembro, quando a Telefónica anunciou, na Europa, a ampliação de sua participação na Telco holding que controla a Telecom Italia, com 22,4% do capital votante , o futuro da TIM Brasil está na berlinda. Tudo porque o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade, órgão que monitora a concorrência no País) está de olho no mercado de telefonia. Em 2010, quando a Telefónica entrou no capital da Telecom Itália e, em movimento paralelo, comprou a parte da Portugal Telecom na Vivo (tornando-se a única dona da operadora líder no Brasil), o Cade firmou um acordo com os grupos espanhol e italiano, para evitar mais concentração no mercado brasileiro.
Em dezembro, o Cade aprovou as mudanças anunciadas na Europa em setembro, mas com restrições. Na prática, foram oferecidas duas alternativas. A primeira é que a Telefônica encontre um novo sócio estrangeiro para ocupar os 50% de capital da Vivo deixado pela Portugal Telecom e desista da compra do capital da Telco. A segunda alternativa é justamente a venda, pela Telecom Italia, da TIM Brasil para uma empresa estrangeira que ainda não atue no país. Para o Cade, os espanhóis não podem estar à frente das duas maiores operadoras de celular do país.