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Telefônica quer comprar a paranaense GVT por R$ 6,5 bi

Sede da GVT, no Centro de Curitiba: empresa é a única do setor a continuar crescendo no Brasil e oferece oportunidade de expansão territorial para a Telefônica | Rogério Theodorovy/Gazeta do Povo
Sede da GVT, no Centro de Curitiba: empresa é a única do setor a continuar crescendo no Brasil e oferece oportunidade de expansão territorial para a Telefônica (Foto: Rogério Theodorovy/Gazeta do Povo)
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A Telefônica anunciou que está disposta a pagar até R$ 6,5 bilhões aos acionistas da GVT para comprar a operadora paranaense de telefonia fixa e banda larga. A oferta dos espanhóis compromete as negociações em curso entre GVT e a francesa Vivendi, que fecharia a aquisição por R$ 5,4 bilhões (2 bilhões de euros).

Apesar da proposta agressiva – a GVT informou ter recebido a notícia por meio do comunicado da Telefônica à Comissão de Valo­­res Mobiliários (CVM) –, especia­lis­­tas afirmam que a movimentação era previsível, uma vez que a empresa nacional é a única do se­­tor em expansão no Brasil. "A cada trimestre a GVT apresenta bons índices, ganhando clientes, am­­pliando a margem e aumentando a receita", cita o analista da consultoria IDC Brasil João Paulo Bruder.

Ainda assim, chama atenção de ser muito raro no Brasil esse tipo de oferta, em que os compradores sim­­plesmente vão ao mercado anunciando a intenção de ficar com as ações sem antes negociar com os controladores. Alguns operadores do mercado financeiro chegaram a dizer que é a primeira vez que esse tipo de procedimento, conhecido como Oferta Pública de Ações (OPA), acontece de fato no Brasil.

"A Telefônica já estava estudando essa proposta há tempo; demorou menos de um mês para maturar a ideia e fazer as contas em cima da proposta da Vivendi. Certa­­mente ela levou a sério o perigo de um novo competidor europeu no seu mercado brasileiro", diz Bruder, da IDC. Para o sócio da corretora DLM Invista, Luiz Fernando Iani, a Telefônica sempre foi número um na lista de prováveis compradores da empresa paranaense. "A estrutura da GVT é uma oportunidade única para os espanhóis, que detêm a concessão do serviço em São Paulo, entrarem em outros mercados", analisa. A GVT opera hoje nas Regiões Sul e Centro-Oeste, além dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Acre, Rondônia e Tocantins. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a operadora presta serviço para o mercado corporativo. A Telefô­­ni­­ca, por sua vez, é responsável pelas operações da Telecomu­­nicações de São Paulo (Telesp), com atuação no mercado paulista – também controla o portal Terra e a operadora de telefonia móvel Vivo.

Capital pulverizado

A GVT tem 65% de seu capital nas mãos de investidores independentes. O restante pertence aos controladores, a holandesa Global Village Telecom e as americanas Swarth Investments e T Rowe Price Inc. A partir de agora, os acionistas têm de analisar as duas propostas até 18 de novembro. Esse também é o prazo para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que terá de avaliar a nova oferta sob o ponto de vista regulatório.

Para avançarem, as negociações pressupõem a retirada de uma cláusula existente no estatuto da companhia brasileira. Ela impõe uma barreira, conhecida no mercado financeiro como "poison pill" (pílula do veneno), segundo a qual a GVT só pode ser vendida ca­­so o interessado pague R$ 52 por ação.

Vencida essa etapa, caso 51% dos acionistas da opera dora paranaense vendam seus papéis, a Telefônica passa a ser dona da GVT. A proposta dos espanhóis é de R$ 48 por ação – R$ 6 acima da oferta da Vivendi. Ainda não há data definida para a próxima reunião de acionistas da GVT. Nesse encontro, em que todos têm direito a voto, é que a mudança no estatuto pode ser aprovada.

Leilão

Parte do mercado já prevê um "leilão" pela compra da GVT, uma vez que a mexicana Telmex – controladora da Net e da Embratel – também tem interesse estratégico na rede de dados da empresa paranaense. O analista da consultoria Petra, Daniel Malheiros, avalia no entanto que dificilmente a proposta da Telefônica possa ser vencida. "A Telefônica pode investir mais, pois vai abater custos fixos com a sinergia de infraestrutura e de pessoal. Mesmo que emita dívida para realizar a compra, ela tem condições para isso. Já a Vivendi entraria em uma posição mais descoberta, entrando como player em uma estrutura ainda pequena", diz.

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