O grupo Telemar obteve financiamento de R$ 2,4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Desse montante, cerca de R$ 2 bilhões irão para a Telemar Norte Leste e R$ 400 milhões para a Oi. O empréstimo é o mais elevado já concedido pelo banco ao setor de telecomunicações e um dos maiores já aprovados pela instituição.
No mês passado, a diretoria do banco aprovou financiamento de R$ 2,1 bilhões para a Brasil Telecom (BrT) , que até agora era o mais elevado concedido para o setor pelo banco.
Os recursos serão utilizados no programa de investimentos da companhia para o triênio 2006-2008, estimado em R$ 6,7 bilhões. Terão destaque as áreas de dados, infra-estrutura de rede, tecnologia da informação e serviços de voz em telefonia fixa e móvel. De 1998 a 2005, o grupo Telemar investiu cerca de R$ 26 bilhões.
- Este empréstimo reflete a nossa forte capacidade de obter recursos e reafirma o nosso compromisso com a manutenção de investimentos importantes no Brasil - afirmou o diretor de Finanças e Relações com Investidores do grupo Telemar, José Luis Salazar.
Os desembolsos serão feitos em três parcelas. A primeira delas, de R$ 1 bilhão, será liberada ainda este mês. As duas seguintes estão previstas para 2007 e 2008.
O empréstimo tem prazo de 90 meses e custo médio de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) + 4,25% ao ano. Para os investimentos com tecnologia 100% nacional (cerca de R$ 300 milhões), a Telemar pagará TJLP + 2,5%. Para o restante, o custo é de TJLP + 4,5%.
O presidente do BNDES, Damian Fiocca, disse nesta tarde que o financiamento não tem relação com a assembléia de acionistas da empresa, marcada para o próximo dia 13, quando será decidida a aprovação ou não da pulverização do controle da operadora de telefonia.
- Não, não há relação com a oferta. Os investimentos das empresas do setor se renovam a cada biênio ou triênio - disse. A empresa poderia anunciar seus planos de investimento com ou sem financiamento - completou, ao ser questionado sobre a possibilidade de o empréstimo estimular a adesão à operação de pulverização.
Fiocca afirmou, ainda, que o BNDES - que detém 25% no bloco de controle da Telemar, o que representa uma participação de 4,5% efetiva - já se posicionou sobre a pulverização, mas que não é possível revelar se a instituição vai aderir ou não em respeito às regras de mercado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).