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Luciana Gomes reclama de uma empresa que ligou 11 vezes em sequência | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Luciana Gomes reclama de uma empresa que ligou 11 vezes em sequência| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Legislação

Dois estados têm cadastro em operação

Dois estados brasileiros já possuem sistemas de bloqueio de ligações de telemarketing em funcionamento. São Paulo foi pioneiro na iniciativa e lançou seu cadastro no início de abril. Desde então, cerca de 270 mil pessoas se inscreveram, bloqueando mais de 480 mil números do recebimento de ligações com ofertas de produtos e serviços. O Procon de São Paulo, responsável pela gestão do cadastro, avalia a iniciativa como positiva. O órgão, no entanto, não tem um balanço do número de autuações de empresas por descumprimento da lei.

O Mato Grosso do Sul também implantou o seu sistema recentemente, e registrou cerca de mil cadastros em uma semana de operação. Atualmente, as assembleias legislativas dos estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul discutem a criação de seus cadastros estaduais. Pernambuco, Piauí, Distrito Federal e Espirito Santo, assim como o Paraná, já tiveram a lei aprovada e aguardam a sua regulamentação e aplicação. (ACN)

Reclamações sobre banda larga sobem 60%

Pedro de Castro, especial para a Gazeta do Povo

O número de reclamações contra prestadoras de serviço de internet banda larga cresceu 63% entre maio de 2008 e o mesmo mês deste ano, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A agência registrou 20.509 queixas no mês, contra 12.565 no mesmo período do ano passado. Os principais problemas enfrentados pelo usuário são relacionados a reparos, cobranças, instalação e cancelamento. O órgão ainda não consolidou os dados relativos a junho. Dentre os serviços supervisionados pela Anatel, o de comunicação multimídia – nome técnico dado à banda larga – foi o que apresentou maior crescimento de reclamações, seguido de telefonia fixa, tevê por assinatura e telefonia móvel.

As queixas de usuários de telefonia fixa aumentaram em 55%, de 34.277 em maio de 2008 para 53.019 no mês retrasado. O crescimento das reclamações sobre TV por assinatura ficou em 49% na mesma comparação, de 3.255 para 4.841, e daquelas sobre telefonia celular, em 37%, de 44.988 para 61.772. Nas três modalidades de serviço, os quesitos com maior número de reclamações na Anatel são cobrança e atendimento. Quando se exclui telefonia móvel da relação, reparos são outra fonte de problemas ao usuário.

A agência não divulga o ranking das empresas campeãs em reclamações de internet banda larga e tevê por assinatura. Mas os dados apontam que, entre as prestadoras de serviço de telefonia celular, Claro, AEIOU, OI e Brasil Telecom foram as que mais tiveram queixas em maio, com índices próximos a 0,5 reclamação por cada mil acessos em funcionamento.

Praticamente um mês após entrar em vigor, a lei que criou o cadastro paranaense para bloqueio de ligações de telemarketing ainda não saiu do papel. Isso porque o sistema que permitirá a inscrição dos usuários ainda está em fase de elaboração.

O artigo 2º da lei, que entrou em vigor em 24 de junho, conferiu ao Procon a responsabilidade de implementar a medida. Para a coordenadora do órgão, Ivanira Gavião Pinheiro, este é exatamente o motivo do atraso. "Todo o sistema que vai gerir essas informações começou a ser criado ‘do zero’, por isso o cadastro não entrou no ar logo após a sanção da lei", explica.

O Procon garante que toda a estrutura estará em funcionamento em no máximo 20 dias. O desenvolvimento deste banco de dados está sendo executado pela Companhia de Informática do Paraná (Celepar), autarquia estadual da área de tecnologia.

A gerente de clipagem de uma agência de comunicação de Curitiba Luciana Lugnani Gomes lamenta que o sistema ainda não esteja disponível. Ela conta que logo após contratar um serviço de internet banda larga da operadora Oi, recebeu mais de dez ligações da BrTurbo, provedora de internet do mesmo grupo, querendo lhe vender serviços.

"Recusei a proposta, dizendo que preferia contratar o serviço de outro provedor. Cinco minutos depois outro funcionário me ligou oferecendo o mesmo serviço e recusei novamente. Depois de dez minutos outra pessoa me ligou", relata. "Na quarta tentativa me irritei e liguei para a operadora pedindo para que não me ligassem mais. Aí uma atendente respondeu que a operadora poderia me ligar quantas vezes quisesse", afirma.

"É um incômodo o usuário não ter controle sobre o seu próprio número de telefone", reclama Luciana, que diz ter recebido onze ligações em sequência. A operadora Oi informa que está avaliando o caso relatado pela cliente e tomará as devidas providências.

Funcionamento

Quando estiver disponível, o cadastro permitirá que qualquer usuário que não quiser mais receber ligações bloqueie seu número. A medida engloba tanto celulares quanto linhas fixas. Com isso, as empresas que oferecem produtos ou serviços e institutos de pesquisas ficam proibidos de fazer ligações para os cadastrados. Ficam de fora as entidades filantrópicas que usam o telefone para angariar recursos.

A inscrição poderá ser feita pela internet, telefone, ou pessoalmente, na sede do Procon. Para fazer o registro, o usuário deverá informar o nome completo, RG, CPF, endereço, CEP, e-mail, além do número de telefone. Apenas o primeiro nome do cliente e o número do telefone serão informados às empresas, que, 30 dias após o registro, ficam impedidas de ligar para aquele usuário.

Os interessados poderão cadastrar apenas linhas telefônicas registradas em seu próprio nome, respeitando o limite de três números. O desligamento do cadastro poderá ser feito a qualquer momento, através do uso de uma senha.

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