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Brasília

Temer vai pedir a retirada de urgência do pré-sal a Lula, diz líder do PMDB

A pressão da oposição em torno da retirada do regime de urgência dos quatro projetos que tratam do marco regulatório do pré-sal acabou dividindo a base governista na Câmara. Antes decididos a manter o prazo que obriga os deputados a analisar os projetos do pré-sal em 45 dias, os líderes partidários decidiram nesta quarta-feira (2) levar a possibilidade de retirada da urgência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A posição foi adotada depois de uma reunião de duas horas entre os líderes no gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Na saída do encontro, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que Temer deve ligar para o presidente Lula ainda nesta quarta para tratar do clima de guerra instalado na Casa em função do prazo de debate do pré-sal. Alves também irá levar o assunto a Lula na reunião do Conselho Político do governo, marcada para esta quinta-feira (3).

A mudança de postura de parte dos governistas não inclui o PT. Segundo o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), a urgência na votação é necessária para que o processo de capitalização da Petrobras seja realizado com rapidez, possibilitando maior agilidade no avanço dos trabalhos para exploração das camadas do pré-sal. "A urgência é importante para o país. O governo tem pressa para capitalizar a Petrobras e investir na operação do pré-sal", justifica Fontana.

Já o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), critica a pressa do governo afirmando que a Câmara terá apenas cinco dias para apresentar emendas aos quatro projetos que, segundo ele,"são complexos e não podem ser analisados com essa agilidade." Já o líder do PSDB, José Aníbal (SP), afirma que o governo passou 20 meses estudando o pré-sal e agora exige do Congresso a aprovação em 90 dias. "Apenas para constituir uma comissão geral com especialistas para analisar os projetos, nós vamos levar três semanas. Então, não há como analisar essas matérias nesse prazo", justificou Aníbal.

Ainda segundo Aníbal, além do PMDB, também os líderes do PP, PR e PTB concordaram em apelar ao presidente Lula para a retirada do pedido de urgência do marco regulatório do pré-sal. A previsão é de que uma comissão geral seja instalada para começar a analisar os quatro projetos no próximo dia 22 de setembro. O prazo para que a Câmara vote o marco regulatório em regime de urgência é o dia 15 de outubro.

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