O primeiro dia do ano veio com um cartão de visitas que lembra como 2016 será um período com tensão forte nos mercados emergentes, incluindo o Brasil.
A China vem desde o ano passado dando sinais de que sua economia está desacelerando. Os solavancos do mercado financeiro são apenas uma face desse movimento e talvez a menos importante. O desinflar da bolha acionária em si não deve ter consequências graves para o sistema financeiro global, como ocorreu com o fim da bolha imobiliária dos Estados Unidos em 2008. Mas é algo que traz dúvidas sobre o estado real da economia chinesa.
O governo chinês começou a fazer a transição de uma economia de alto investimento para uma de alto consumo. É possível que o ritmo da transição seja lento, o que é um fator de incerteza que deve durar bastante tempo.
Um primeiro efeito da desaceleração chinesa foi a queda nos preços das commodities. Vimos como isso afetou o Brasil no ano passado, com receitas menores nas vendas de minério de ferro e soja para esse parceiro comercial.
Um segundo efeito tem sido uma sucessão de números ruins na produção industrial chinesa, o que pode apontar para um excesso de capacidade produtiva nos próximos anos – algo temido por indústrias em outros emergentes, como o Brasil.
Ao mesmo tempo, o consumo chinês deve crescer no setor de serviços, no qual o Brasil e muitos outros emergentes têm pouca representatividade.
Enquanto estiver nessa transição, que pode incluir uma desvalorização de sua moeda e medidas contraditórias para manter o crescimento, a China será motivo para dias amargos nos mercados e de crescimento fraco em países mais afetados pelo processo, como o Brasil.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast