"A taxa de câmbio não vai mudar e vamos ter que conviver com isso". O alerta foi feito pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, em reunião reservada, em São Paulo, com representantes de grandes exportadores do País. Com um discurso considerado "lúcido" e "direto" pelos empresários, Pimentel afirmou que "o câmbio não vai mudar no curto prazo", porque a tendência global é de desvalorização do dólar. Ele disse ainda que "a tendência dos juros é de alta" por causa da inflação no País.
Segundo participantes do encontro, o diagnóstico do ministro é de que duas importantes variáveis macroeconômicas - câmbio e juros - não vão ajudar as exportações tão cedo. Portanto, continuará difícil vender manufaturados lá fora. "Mas vamos ter de conviver com isso", disse Pimentel.
Na segunda-feira pela manhã, o ministro conversou com um grupo seleto de empresários que compõem o Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O Conex reúne representantes de empresas como Embraer e Vale e de setores como tradings, agronegócio, montadoras, celulose e tecnologia.
À tarde, durante coletiva de divulgação da balança comercial, Pimentel disse que o real forte "não ajuda" a exportação, mas "vamos ter de conviver com esse câmbio, que não é confortável" para as empresas. A constatação de que o câmbio seguirá valorizado não significa que o governo "abandonou" a indústria e deixou de se preocupar com os efeitos do real forte.
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