O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, avaliou hoje que a tendência da inadimplência é de estabilidade e até de alguma queda. Segundo ele, os atrasos de até 90 dias, que são uma espécie de indicador antecedente da inadimplência, mostram estabilidade ou queda. Além disso, o técnico do BC destacou que a melhora no emprego e na renda favorece a estabilização e a queda da inadimplência. Em maio, o índice de calotes do crédito livre foi de 5,1%, com as operações para pessoas físicas com taxa de 6,8% e de pessoa jurídica, de 3 7%.
Crédito acelerado
O BC projeta ainda uma aceleração do crédito oferecido pelos bancos privados até o fim do ano e uma desaceleração dos bancos públicos. De acordo com as projeções da instituição, o crédito oferecido pelos bancos públicos deve crescer 20% em 2010. Até maio, o crédito dos bancos públicos estava crescendo a uma taxa de 31%.
A desaceleração do crédito dos bancos oficiais prevista até o fim do ano, explicou Altamir Lopes, será influenciada, sobretudo por um motivo estatístico: a retirada na série em 12 meses de uma grande operação de credito de R$ 25 bilhões feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Petrobras em julho do ano passado.
O crédito dos bancos nacionais deve crescer, de acordo com as previsões do BC, 24% em 2010, mostrando uma forte aceleração até o fim do ano. Isso porque, até maio, o crédito dos bancos privados nacionais apresentava uma expansão de 14,5%. O crédito oferecido pelos bancos privados estrangeiros deve crescer 9% em 2010. Até maio, o crescimento é de apenas 5,4%.
"Os bancos privados perderam muito terreno. Eles vão buscar mais competitividade e agir mais agressivamente", comentou Altamir Lopes. Segundo ele, o crescimento do crédito dos bancos privados estrangeiros será mais acomodado em função da situação de maior turbulência no mercado internacional.
Em maio, a participação dos bancos públicos no total de crédito é de 41,7%. Os bancos nacionais privados têm uma participação de 40,5% e os estrangeiros privados, de 17,7%. "Vamos observar uma reação dos bancos privados. É óbvio que os bancos privados vão buscar mais mercado. Já está bem mais próxima a participação entre privados e públicos", comentou o chefe do Depec.
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