As opiniões dos especialistas em saúde são diferentes quando o assunto é a demanda por leitos em hospitais. "É no sistema público que você tem carência de leitos", afirma o coordenador do curso de Medicina do UnicenP, Ipojucan Calixto Fraiz. Para ele, esse problema decorre, entre outros fatores, da melhoria na rede básica de saúde. "Na medida em que a rede básica melhora, só é preciso internar os casos mais graves. Mas na fase inicial, como agora, a demanda por internamento aumenta, já que se diagnosticam mais casos. No futuro, quando a rede básica e preventiva avançar, pode até diminuir a demanda por hospitais", pondera o professor.
Mas o presidente do grupo Vita, Edson Santos, acredita que há demanda também entre os hospitais privados, decorrente também dos avanços na medicina preventiva. "Hoje interna-se menos, mas são casos mais graves." A tendência, segundo ele, é manter o paciente o menor número de dias possível no hospital. "Para isso não é preciso tanto leito, mas sim leitos especializados", explica.
O diretor do Sugisawa, Antônio Katsumi Kay, conta que é preciso explorar nichos de mercado. "Nós fizemos uma pesquisa antes de investir na ampliação. Sentimos que a nossa marca estava forte", afirma. O hospital vai procurar utilizar ao máximo sua capacidade. "O que mais custa numa empresa é a ociosidade. É melhor usar a estrutura 24 horas do que ficar parado. Se o médico quiser operar à noite ou no domingo, vai ter essa possibilidade."