O quadro externo negativo levou o dólar à maior alta percentual diária frente ao real em pouco mais de três semanas, com a cotação superando 1,80 real.

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No fechamento desta terça-feira, a moeda norte-americana subiu 1,57 por cento, a 1,811 real na venda. Trata-se também do patamar mais alto do dólar desde o dia 11, quando encerrou a 1,816 real.

As operações locais seguiram a mesma direção da divisa no exterior, onde o dólar subia 0,5 por cento ante uma cesta de moedas no final da tarde.

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"Todo o mercado está negativo hoje, e o dólar não escapa desse ambiente de aversão a risco. A moeda está testando patamares", disse o gerente de câmbio da corretora Souza Barros, Luiz Antônio Abdo.

Commodities e os índices acionários norte-americanos registravam queda ao redor de 3 por cento após números decepcionantes nos Estados Unidos e na China e de persistentes temores com a Europa.

O Conference Board informou que seu índice de confiança do consumidor norte-americano caiu para 52,9 em junho, menos que as previsões de analistas . O grupo também corrigiu para baixo o indicador antecedente chinês para um ganho de 0,3 por cento em abril, ao invés da alta de 1,7 por cento informada anteriormente .

Investidores monitoraram ainda os desdobramentos da crise na Europa. Há temor de que falte em torno de 100 bilhões de dólares no sistema financeiro, já que os bancos têm de pagar 442 bilhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, referentes a empréstimos emergenciais que estão para vencer.

Diante desse quadro, o gerente de câmbio notou um movimento de desmonte de posições vendidas nos mercados de dólar futuro e cupom cambial, o que terminou contaminando as cotações no à vista.

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Na véspera, de acordo com dados da BM&FBovespa, os estrangeiros tinham 1,85 bilhão de dólares em vendas líquidas nos mercados de dólar futuro e de cupom cambial.

Uma vez que tal exposição continua vendida, o profissional de câmbio de uma corretora paulista, que pediu anonimato, acredita que as cotações devem encontrar alívio na quarta-feira, quando há a definição da última Ptax (cotação média do dólar) do mês.

"Tudo leva a crer que o pessoal vai tentar puxar a Ptax para baixo", afirmou. A Ptax é a taxa de referência para liquidação de contratos futuros e outros derivativos.