Os mercados globais refletiram ontem a escala de tensão na região da Ucrânia. Bolsas de Valores pelo mundo registraram quedas enquanto ativos conhecidos como refúgio de segurança pelos investidores subiram. Tropas russas tomaram o controle de um terminal de balsas que liga a Ucrânia com a Rússia no leste da Crimeia. Há indicações de que a região já esteja tomada por soldados russos e o temor é de uma expansão para o resto do território ucraniano.
Diante de tal cenário, o índice de ações da zona do euro recuou 3%, a maior retração diária desde junho. As bolsas da Alemanha, França, Itália, Portugal e Espanha tiveram perdas acima de 2% e o índice Financial Times, de Londres, caiu 1,49%. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações do continente, terminou com queda de 2,2 %, o recuo mais forte desde 24 de janeiro, quando preocupações econômicas e políticas provocaram ansiedade em relação a ativos de mercados emergentes. Empresas expostas à região, como o austríaco Raiffeisen Bank International, foram as mais afetadas. Nos EUA, o Índice Dow Jones fechou em queda de 0,94%, enquanto o Nasdaq teve baixa de 0,72%.
Contaminação
A crise se alastrou por outros emergentes. Na Polônia, o principal índice de ações recuou quase 5% e a moeda oficial caiu para o menor nível em três semanas. Na Ásia, o principal índice de ações recuou 0,93% e a bolsa japonesa caiu 1,27%.
A Rússia é também um importante fornecedor de petróleo e gás para a Europa. O preço do barril de petróleo chegou a subir mais de 2% e atingiu a maior cotação do ano diante das preocupações. O ouro, considerado um refúgio em tempos de instabilidade, avançou 1,3%.