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São Paulo (AG) – O dólar comercial fechou novamente em alta ontem, pelo segundo dia consecutivo. A moeda norte-americana subiu 1,26%, cotada a R$ 2,166 na compra e R$ 2,168 na venda. Voltou a ocorrer o receio de nova alta nos juros americanos. O rendimento pago pelos títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiu de novo nesta terça-feira.

O risco-país, calculado pelo J.P. Morgan, subiu 8 pontos. O EMBI+ brasileiro, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre o país, estava às 18 h em 231 pontos centesimais. Na máxima, chegou a 236 e mínima, a 220 pontos. Na Argentina, o risco fechou em 362 pontos, com alta de 11 pontos sobre a segunda-feira.

A um dia do resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, o mercado também ficou apreensivo com o destino do juro no Brasil. A expectativa é de uma queda de 0,75 a 1 ponto porcentual na reunião que começou ontem e termina hoje.

"Há estresse na véspera do Copom, por mais previsibilidade que exista no resultado", disse Marcos Forgione, gerente de câmbio da Corretora Souza Barros.

Quando a taxa de juro cai os investimentos podem ser desviados para outros países que ofereçam maior rentabilidade. Para os analistas, no entanto, a taxa de juro no Brasil é tão alta que dificilmente os investidores vão deixar o país. Para Forgione, pode haver, inicialmente, uma "realocação de posições", mas logo depois os investidores, que sempre estão atrás de uma maior rentabilidade, acabam voltando a aplicar no Brasil.

O estresse no mercado americano também fez a Bolsa de Valores de São Paulo desabar e voltar ao patamar dos 37 mil pontos. O Ibovespa registrou desvalorização de 2,43% aos 37.422 pontos. Na mínima do dia, alcançou uma queda de 3,19%. O volume financeiro negociado atingiu R$ 3,173 bilhões. Os papéis da Vale do Rio Doce PNA lideraram as perdas, com desvalorização de 4,92%, após a empresa registrar um lucro de R$ 10,44 bilhões, que é 62% maior que o ano anterior.

O presidente do Federal Reserve de Saint Louis, William Poole, disse que a economia americana está em um bom momento e que o Fed pode ter de continuar a elevar sua taxa de juros para evitar descontrole de preços, principalmente se o crescimento econômico superar as expectativas. Investidores continuam à procura de pistas sobre a evolução da taxa de juros nos EUA com o pronunciamento do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), previsto para hoje.

Analistas avaliam ainda que, combinado ao estresse externo, a queda acentuada da Bovespa também se deveu a um movimento de realização de lucros.

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