O terceiro homem mais rico da China, Larry Yung, adquiriu uma participação de US$ 800 milhões na Anglo American, terceiro grupo de mineração do mundo. O anúncio é visto como um marco na política agressiva chinesa de aquisição de recursos na África.
Pelo menos é o que afirma o jornal "Financial Times", lembrando que a compra feita por Yung ocorre duas semanas depois de a Anglo American ter nomeado a americana Cynthia Carroll para ficar à frente da empresa. De acordo com o FT, a escolha gerou rumores de que a mineradora poderia ser alvo de uma OPA.
A venda de 17 milhões de ações da família Oppenheimer, fundadora do grupo, vai contribuir para alimentar esses rumores. "Se os Oppenheimer estão dispostos a vender, os outros também estarão", analisa um analista de mercado.
O chinês Larry yung é presidente do Citic, grupo industrial de propriedade estatal que tem uma cifra anual de negócios de US$ 3,4 bilhões, embora sua parte na Anglo American tenha sido adquirida a título pessoal.
A venda das ações da empresa sul-africana ao empresário chinês, que pegou todo o mercado de surpresa, ressalta, mais uma vez, o "apetite da China pelos recursos africanos", diz o FT.
Semana passada, o governo de Pequim foi anfitrião de uma reunião de dirigentes de 48 países daquele continente.
- A China está comprometendo um capital enorme no setor de matérias-primas - disse John Coulter, ex-diretor do JP Morgan na África do Sul.
Com a operação, diminuem ainda mais os vínculos da família Oppenheimer com a Anglo American, empresa fundada por Ernest Oppenheimer, em 1917.
Em 1998, um ano antes de a Anglo American começar a ser cotada na Bolsa de Londres, foi concluído o cruzamento de ações entre De Beers e Anglo American.
De Beers deixou de ser cotada na Bolsa de Johannesburgo em 2001.
Segundo James Picton, analista do setor de WH Ireland, citado pelo FT, "a decisão de vender tem a ver com o fato de que as relações entre os Oppenheimer e a Anglo American não terem sido idílicas em tempos passados, inlcusive piorando nos últimos anos".
Nick Oppenheimer, presidente da De Beers e neto de ernest Oppenheimer, declarou, no entanto, que a família "continua tendo total confiança no futuro da Anglo American", considerando que Cynthia Carroll é "a pessoa ideal para encarar esse futuro".
A família Oppeinheimer continua sendo a maior acionista não institucional da Anglo American, com uma participação de 2%, avaliada em US$ 1,6 bilhão.
Oppenheimer explicou, segundo o FT, que a decisão de vender deveu-se ao fato de a E Oppenheimer & Son, empresa familiar de investimentos, querer diversificar seus ativos.
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