A greve dos trabalhadores da fábrica da Volkswagen de São José dos Pinhais chegou ao fim nesta sexta-feira (10), depois de 37 dias de paralisação. A montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) chegaram a um acordo nesta sexta e os trabalhadores aceitaram a proposta em assembleia realizada na fábrica no início da tarde. A greve, que começou no dia 6 de maio, foi a mais longa da história entre as montadoras do estado e a maior da montadora em todo o mundo.
O acordo feito entre as partes foi o "pacotão", reivindicado pelo sindicato. Além da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), causa desta paralisação, estão contemplados no pacote o reajuste da tabela salarial e da data-base. Em relação a PLR, a proposta define os valores deste ano e a primeira parcela do benefício em 2012.
Acordo
Os trabalhadores da Volks, que reivindicavam uma PLR de R$ 12 mil, irão receber, no total, R$ 11,5 mil. A primeira parcela será de R$ 5,2 mil, mesmo valor pago aos metalúrgicos da empresa do Grande ABC, e será depositada na próxima semana. A segunda parcela é de R$ 6,3 mil e será paga em janeiro. Caso as fábricas de São Paulo conquistem um benefício maior, a diferença será equalizada pela direção da empresa paranaense. A primeira parcela da PLR de 2012 ficou definida em 52% do total pago neste ano. Neste caso, o valor mínimo recebido será de R$ 5.980, caso não haja aumento no benefício.
A data-base, normalmente discutida em setembro, está definida e os trabalhadores vão receber a reposição da inflação, com base no INPC, mais aumento real de 2,5%. Os metalúrgicos também vão receber dois abonos salariais de R$ 2,1 mil, a serem pagos em setembro e dezembro deste ano. O reajuste da tabela salarial também foi definido: será de 5% para o primeiro nível e de 2,5% para os outros cinco níveis. O reajuste será feito em janeiro de 2012 e de 2013.
Em relação aos dias parados, os trabalhadores terão seis dias de trabalho adicional neste ano e outros 10 das adicionais em 2012. Os dias úteis parados serão descontados a cada mês, sendo o desconto máximo de dois dias por mês.
"O acordo é resultado do entendimento entre as partes e, como o pacote é abrangente, eles têm um tempo pra refletir e entender que o diálogo é a melhor forma para evitar conflitos extensos e degastantes como esse", diz o diretor de relações trabalhistas da Volks, Nilton Junior.
Já o secretário geral do SMC, Jamil Davila, avalia o resultado positivamente e acredita que a antecipação da negociação possa vir a ser adotada, como forma de garantir um debate sobre as reivindicações e evitar longas paralisações. "O resultado é próximo do que reivindicávamos. É uma pena que a produção precisou parar 37 dias para chegar a esse acordo", avalia.
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