No mesmo dia em que a Justiça mandou que 50% dos funcionários do transporte de valores voltassem a seus postos, uma assembleia realizada no fim da tarde de ontem definiu o fim da greve da categoria no Paraná. A paralisação, que havia começado no dia 1.º de fevereiro, estava prejudicando o abastecimento de dinheiro em caixas eletrônicos de diversos bancos.
Com a decisão, os cerca de 1,8 mil trabalhadores da categoria voltam a trabalhar normalmente ainda hoje. A expectativa é de que o abastecimento nos caixas eletrônicos seja normalizado. O retorno dos seguranças já foi confirmado em Ponta Grossa, Curitiba, Londrina e Maringá.
O impasse que resultou na greve dos trabalhadores do transporte de valores era relacionado ao reajuste salarial da categoria. O Sindicato dos Trabalhadores de Transporte de Valores e Escolta Armada do Paraná (Sindeesfort-PR), que representa os trabalhadores, reivindicava reajuste salarial de 13%, convênio médico custeado 100% pelas empresas e a inclusão do adicional de 30% por risco de vida no 13.º salário e nas férias.
A proposta oferecida à categoria, que previa um reajuste de 7,31% o que representa um aumento real de 1% foi considerada insatisfatória. Em 2011, a categoria conquistou aumento real de 2,57%. Como não houve acordo, coube à Justiça do Trabalho resolver a questão enquanto analisa o dissídio, o TRT ordenou o retorno ao trabalho de metade dos funcionários de cada empresa, ressaltando que as empresas não deveriam impedir a atividade, por exemplo retendo a saída dos carros.
"Voltamos a trabalhar na quarta-feira em todo o estado e aguardamos o julgamento do dissídio. A gente está apostando na Justiça do Trabalho, para que recebamos um bom reajuste", comentou o presidente do Sindeesfort-PR, Paulo Sérgio Gomes. Ainda não há previsão de quando o TRT vai terminar de analisar o caso.
Os reflexos da paralisação foram sentidos em Curitiba e no interior do Paraná. Houve falta de dinheiro em alguns caixas eletrônicos. Na tarde de ontem, apesar do grande fluxo de pessoas (ontem foi o quinto dia útil do mês, data em que muitos trabalhadores recebem seu pagamento), a maioria dos bancos na região central de Curitiba tinha caixas eletrônicos operando para saques de dinheiro. Durante a greve, alguns bancos limitaram o valor máximo de saque em R$ 500 para evitar a falta de cédulas.