O terminal de embarques administrado pela Centro-Sul Serviços Marítimos no Porto de Paranaguá, cuja interdição estava provocando filas de caminhoneiros no acostamento da BR-277, voltou a operar apenas na tarde de ontem, segundo a Receita e a Justiça Federal. As informações dos dois órgãos desmentem informações prestadas anteontem pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), segundo a qual o terminal teria voltado a operar normalmente na última quarta-feira.
"Liberamos o funcionamento da Centro-Sul por volta do meio dia. Até a manhã de quinta-feira, a empresa não recebeu caminhões", garantiu Gerson Zanetti, inspetor adjunto da Receita em Paranaguá. Ele informou ainda que o terminal foi interditado a partir de segunda-feira e não desde sexta-feira passada, como havia dito a Appa.
Na tarde de quarta-feira quando, segundo informações prestadas pela Appa naquele dia, o terminal já teria voltado a funcionar , a reportagem da Gazeta do Povo foi até o local e encontrou os portões da Centro-Sul lacrados. As moegas que recebem os caminhões para descarregamento de grãos também estavam sem movimento algum.
Um dos funcionários da Centro-Sul, que pede para não ser identificado, confirma o ocorrido. "Retomamos nossas atividades no fim da manhã de hoje [ontem], depois de a Receita deslacrar nossas cancelas", disse ele. De acordo com Zanetti, o terminal foi fechado porque a empresa pediu prorrogação do prazo de alfandegamento fora do prazo determinado.
Por telefone, um dos assessores da entidade que administra o Porto de Paranaguá insistiu que o terminal estava em funcionamento havia mais de um dia. A coordenação do departamento de comunicação da entidade, no entanto, não se manifestou e nem deu retorno às ligações da reportagem até o fechamento desta edição.
A interrupção do escoamento de grãos pelo terminal Centro-Sul foi um dos fatores apontados pela Appa na quarta-feira para justificar a fila de caminhões de mais de 17 quilômetros que se formou à beira da BR-277 no início desta semana. Em entrevista no mesmo dia, o diretor da Appa, Lourenço Fregonese, disse que a paralisação das atividades no terminal comprometeu o escoamento de 24 mil toneladas, volume que, segundo ele, equivale à carga de 700 carretas.