A Secretaria do Tesouro Nacional anunciou nesta quinta-feira (7) que foram captados US$ 500 milhões no exterior por meio da emissão de bônus soberanos no mercado internacional. Os papéis, denominados em dólares e com vencimento em 2021, foram emitidos nos mercados norte-americano e europeu.

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Trata-se da primeria operação no mercado internacional desde outubro do ano passado. Os recursos captados vão para as reservas internacionais brasileiras, que atualmente estão acima de US$ 337 bilhões. A previsão é de que os valores da operação desta quinta-feira ingressem nas reservas em 14 de julho.

O Tesouro Nacional informou ainda que a emissão poderá ser estendida ao mercado asiático em até US$ 50 milhões, nas mesmas condições obtidas nos Estados Unidos e Europa.

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Menor juro da história

Segundo o governo, a taxa de retorno ao investidor da operação, ou seja, quanto os compradores receberão de rendimento, somou 4,18% ao ano. Esta é a menor taxa de juros de todas emissões da dívida externa brasileira. Até o momento, a taxa mais baixa havia sido registrada em julho do ano passado - quando o Tesouro Nacional captou US$ 825 milhões em títulos, também com vencimento em 2021, pagando 4,54% ao ano.

Os juros baixos foram obtidos após melhora na nota brasileira, neste ano, por duas agências de classificação de risco, fator que pesa para a queda do risco Brasil e para o aumento do apetite dos investidores. Em abril, a Fitch elevou a classificação do Brasil a um nível acima do grau de investimento. Em junho, foi a vez da Moodys subir a nota do Brasil também um degrau acima do grau de investimento.

Referência para empresas

Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas têm por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

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Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.

Como funciona?

A emissão de títulos da dívida pública no mercado externo é uma maneira de o país captar recursos. Investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.