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Tesouro diz que será mais conservador na gestão da dívida pública em 2014

O Tesouro Nacional disse nesta quarta-feira (29) que será mais cauteloso este ano na sua estratégia reduzir a participação de títulos atrelados à Selic e alongar o perfil da dívida, diante de um cenário de maior incertezas nos mercados internacionais. O Tesouro quer evitar ter que sancionar taxas mais altas no mercado e aumentar os vencimentos de curto prazo, caso insista em trocar os títulos com taxas flutuantes --atrelados à Selic- por títulos prefixados, que tem prazo menor.

"Este ano deve ser marcado por uma estratégia que trará progressos, mas que tende a ser mais conservadora em relação aos anos anteriores, evitando-se pressionar o mercado com a finalidade de promover fortes avanços na composição da dívida, diante de um cenário de incertezas globais.", disse o Tesouro em seu Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública Federal (PAF) divulgado nesta quarta-feira.

O Tesouro Nacional estabeleceu como meta para o ano manter a parcela da dívida pública prefixada, que fechou 2013 em 42%, entre 40% e 44% do estoque total. Já para a dívida atrelada à inflação, o objetivo é que fique entre 33% e 37%, contra 34,53% ao fim de 2013. "O maior desafio para o Tesouro Nacional reside na necessidade de alongamento dos instrumentos com taxas de juros prefixadas (LTN e NTN-F), que atualmente apresentam prazo médio de 1,8 ano", disse o Tesouro no documento.

A meta para o estoque de papéis remunerados pela Selic foi fixada entre 14% e 19% da dívida, ante 19,1% realizados em 2013. O PAF foi elaborado em cima de um cenário básico que prevê a continuidade do aumento do dinamismo das economias avançadas e redução das emergentes. O Tesouro também trabalhou com dois cenários alternativos, sendo um de possibilidade de redução pronunciada da liquidez global e outro de enfraquecimento da recuperação econômica global. Neste caso, prevê a "adoção de medidas econômicas de caráter anticíclico".

Necessidade de financiamento

O Tesouro terá que rolar este ano cerca de 25% do estoque total da dívida federal, que fechou 2013 em R$ 2,123 trilhões. Os vencimentos somam R$ 544,4 bilhões , sendo R$ 535,1 bilhões de dívida mobiliária interna e R$ 9,3 bilhões em dívida externa.

Como o Orçamento da União prevê gastos de 121,8 bilhões de reais para o pagamento da dívida, o Tesouro terá que emitir liquidamente 476,6 bilhões de reais para se financiar. A previsão é que a dívida pública federal suba este ano para entre 2,17 trilhões e 2,32 trilhões de reais, e que o prazo médio seja ampliado para entre 4,3 e 4,5 anos, ante 4,2 anos em 2013.

A dívida pública federal cresceu em 2013 impactada, entre outros, por injeções de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para tentar estimular a economia, de cerca de 40 bilhões de reais. . O Tesouro também injetou 8 bilhões de reais na Caixa Econômica Federal (CEF).

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