Depois de quase dois anos, o governo voltou a emitir títulos em reais no exterior. O Tesouro Nacional conseguiu captar R$ 3 bilhões nesta terça-feira (17) nos mercados americano e europeu, por meio do lançamento do papel BRL com vencimento em 2024. A operação foi considerada um sucesso pelos técnicos da equipe econômica, uma vez que a demanda chegou a R$ 5 bilhões e a taxa de juros para os investidores foi a menor já registrada para um título em moeda brasileira: 8,6% ao ano. A emissão ainda poderá ser estendida ao mercado asiático num total de R$ 300 milhões.
O Tesouro informou ainda que, até o final da semana, vai recomprar títulos em reais com vencimentos em 2016 e 2022. O estoque desses papéis hoje chega a um total de R$ 6,5 bilhões. A opção de emitir em reais e recomprar títulos reforça o arsenal que vem sendo utilizado pelo governo para conter a queda do dólar no país. Isso porque, ao ofertar esse tipo de papel no mercado internacional, o governo permite que aplicadores estrangeiros invistam no Brasil sem ter que ingressar com dólares no mercado doméstico. Isso reduz a pressão sobre o câmbio.
"O governo vem tentando manter dólares fora do país e esse tipo de operação acaba ajudando nessa estratégia", afirmou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani. "Isso também confirma a confiança dos estrangeiros na economia brasileira. Mostra solidez", completou.
Segundo técnicos da equipe econômica, a medida ainda tem como objetivo melhorar a curva de juros dos títulos brasileiros, o que ajuda as empresas do país a conseguirem obter recursos no exterior de forma mais barata. Isso também ajuda no câmbio. "Quando o governo emite em real e reduz os juros, ele estimula as empresas a emitirem em real", disse uma fonte.
A última emissão em reais havia sido feita em outubro de 2010 com o BRL com vencimento em 2028. Ela somou R$ 1,1 bilhão e a taxa de retorno para os investidores foi de 8,8% ao ano. Esse ano, o governo fez apenas outra captação em dólares com o título Global 2021, no valor de US$ 825 milhões.
A operação desta terça-feira foi liderada pelos bancos HSBC e Goldman Sachs. O papel terá um cupom de juros de 8,5% ao ano. Ele foi vendido a 99,292% de seu valor de face. Isso significa que os investidores cobraram um ágio para aceitar o papel. Quando a negociação ocorre por um percentual acima do valor de face, os investidores aceitam pagar um ágio para obter o título.
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