O advogado do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Otávio Neves, disse nesta sexta-feira, à noite, ao deixar a reunião de credores na sede da Varig que ainda não se chegou a um consenso sobre a proposta da VarigLog e um novo modelo de venda em leilão. Segundo ele, os trabalhadores vão definir sua posição na assembléia de segunda-feira em reuniões paralelas que deverão acontever neste fim de semana.
Segundo o advogado, um dos pontos que estão sem definição em relação aos trabalhadores diz respeito a que mecanismo será usado para as rescisões de contratos dos trabalhadores que não serão aproveitados nem na nova Varig nem na antiga.
Segundo Otávio Neves, na reunião foi apresentado que em torno de 1,5 a 2 mil trabalhadores irão para a nova Varig, que terá 13 aeronaves. Já na antiga empresa ficarão apenas 50 funcionários. Pelas contas do advogado, que calcula em 11 mil o numero de trabalhadores atualmente, a rescisão de 9 mil pessoas não está prevista na proposta.
- Não está prevista em lugar algum como serão pagas as recisões e nem quem vai pagar - afirmou.
Neves disse que além do problema dos empregados, há questões mais complexas. Uma delas é a forma de rateio dos créditos que a Varig tem a receber de congelamento de tarifas e créditos de ICMS, que somam R$ 5,8 bilhões.
- Esse novo plano tem como essência fazer uma redistribuição desses créditos principais para os credores. Nesse caso, o Aerus teria prioridade e seria contemplado com a integralidade dos créditos - afirmou.
O Aerus, fundo de pensão dos funcionários da Varig, tem R$ 2,3 bilhões de créditos da Varig.
Ao ser perguntado sobre a negativa do juiz Luiz Roberto Ayoub à petição feita pelo TGV em nome do Sindicato Nacional dos Aeronautas, na intenção de oferecer nova proposta de compra a ser oferecida em leilao. Neves disse que os advogados vão continuar insistindo na proposta e tentarão sensibilizar a Justiça quanto à viabilidade da operação.
Segundo ele, o objetivo da proposta apresentada pelo TGV é vender os créditos dos trabalhadores, atualmente, em R$ 170 milhões em créditos concursais (incluídos no processo de recuperação judicial) e R$ 103 milhões extra-concursais para investidores interessados. A venda seria feita com deságio e este investidor participaria do leilão com um lance superior ao da VarigLog, segundo ele.
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