O pior já passou para as economias do Brasil e da Rússia. Depois de mergulharem em forte recessão, dois dos maiores países emergentes do mundo devem voltar a crescer em 2017 e contribuir para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, avalia a revista inglesa The Economist em sua matéria de capa desta semana, que fala da surpresa com a recuperação da economia mundial.
Na capa da publicação, sete balões com as bandeiras das maiores economias do mundo sobem rumo ao céu, incluindo um com a do Brasil e outro com a da zona do euro. O balão que voa mais alto é o do Estados Unidos.
A reportagem destaca que o PIB brasileiro está encolhendo há oito trimestres, mas o ambiente começou a mudar. As expectativas de inflação estão em queda e os juros também estão sendo reduzidos. Ao contrário de períodos anteriores, o Brasil e a Rússia não devem subtrair pontos da expansão mundial este ano, mas contribuir para o crescimento.
O Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos maiores bancos do mundo e com sede em Washington, destaca a reportagem, estima que os países em desenvolvimento tiveram em janeiro a maior taxa de expansão mensal desde 2011. Quase 10 anos após a crise financeira mundial de 2008, a economia mundial dá sinais de engatar uma expansão “sincronizada”, ressalta a Economist. “Na América, Europa, Ásia e mercados emergentes, pela primeira vez desde 2010, todos os motores estão funcionando de uma vez.”
Nos EUA, a publicação ressalta que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou esta semana o juros pela segunda vez em três meses, graças em parte ao vigor da maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, as preocupações com a atividade da China se reduziram. No Japão, os gastos de capital tiveram no quarto trimestre o crescimento mais rápido em três anos, enquanto na zona do euro o desemprego chegou ao menor nível desde 2009.
Mundo político
Ao mesmo tempo que a economia melhora, a reportagem ressalta que o mundo político está mais turbulento. Anos de fraco crescimento do PIB do planeta tiveram como consequência o surgimento de líderes populistas. A Casa Branca é ocupada por um nacionalista, destaca o texto ao falar de Donald Trump.
Esse ambiente político é perigoso, alerta a The Economist. “Se os políticos populistas ganharem crédito por uma economia mais dinâmica, suas políticas ganharão credibilidade, com efeitos potencialmente devastadores.”