A Telecom Italia anunciou nesta segunda-feira que vai separar suas operações de redes e telefonia celular, controlada pela subsidiária TIM, e que buscará maneiras para "extrair valor" desses negócios. Após reunião do conselho de administração nesta segunda-feira, o grupo divulgou que o lucro líquido no primeiro semestre caiu 16%, para 1,5 bilhão de euros (US$ 1,91 bilhão) e que decidiu que se concentrará em banda larga e distribuição de mídia.
Em comunicado, a empresa não mencionou nada sobre a eventual venda da unidade de telefonia celular, a TIM. A possibilidade da venda de parte ou a da totalidade da TIM foi divulgada por fontes próximas às negociações do grupo à agência Reuters. No Brasil a TIM é a segunda maior operadora de telefonia celular, com 24,57% do mercado, atrás apenas da Vivo (30,77% do mercado).
O valor da eventual venda chegaria a 35 bilhões de euros (US$ 44,51 bilhões). No comunicado, a Telecom Italia também informou que concordou em distribuir filmes da 20th Century Fox por seu sistema de transmissão de TV por banda larga.
A eventual venda da TIM poderia gerar uma grande mudança para a Telecom Italia, que nos últimos dois anos se concentrou em integrar suas operações de telefonia móvel e fixa com distribuição de conteúdo. Ainda no ano passado, a Telecom Italia retirou as ações da TIM do mercado.
As ações da Telecom Italia não foram negociadas em Bolsa nesta segunda-feira. No Brasil, as ações da TIM Participações subiam forte enquanto o índice Bovespa caía. As ações ordinárias subiam 7,38%, para R$ 6,55. As preferenciais tinham alta de 6,67%, para R$ 8,80.
A notícia sobre a eventual venda provocou reação antes mesmo do comunicado oficial da Telecom Italia. Funcionários da empresa afirmaram que estavam prontos para entrar em greve se a companhia separasse sua unidade de telefonia móvel TIM, segundo o secretário-geral do sindicato Uilcom, Bruno Di Cola.
Também antes da reunião, a Standard & Poors, informou que poderia rebaixar a classificação da Telecom Italia devido à "possivelmente drástica reorganização".
O chairman da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, acumula uma dívida de cerca de 41,3 bilhões de euros no grupo, praticamente o mesmo que o valor de mercado da empresa, por conta dos empréstimos realizados para a compra da TIM.
Ao mesmo tempo, Tronchetti, que também é chairman do conglomerado Pirelli, tem visto as ações da Telecom Italia se desvalorizarem para cerca da metade do valor que pagou há cinco anos.
A Telecom Italia está negociando uma aliança com o conglomerado de mídia News Corp - uma parceria que pode ajudar a companhia italiana a se transformar em um grupo de mídia.
Tronchetti tem sido pressionado por aliados para reduzir os prejuízos deles, particularmente pela família Benetton, que detém 20% da holding Olimpia, que controla a Telecom Italia com uma participação de 18%. A Pirelli detém 70% da Olimpia.
Se Tronchetti conseguir vender parte ou toda a TIM em dinheiro, ele poderá reduzir a dívida da Telecom Italia e passar um dividendo considerável para Olimpia e Pirelli.
Interessados
Uma fonte próxima da situação disse à agência Reuters no domingo que o Grupo Carlyle, uma das maiores companhias de private equity do mundo, estaria interessada na TIM se a empresa fosse colocada à venda.
Jornais italianos disseram que companhias européias de telecomunicações como a France Telecom, a Telefónica e a Deutsche Telekom também podem estar interessadas na compra da TIM.
France Telecom e Telefónica não comentam o assunto. Representantes da Deutsche não estavam imediatamente disponíveis.
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