Líder isolada do mercado de telefonia móvel no estado, com 47,6% de market share, a TIM vai fechar o ano ainda mais à frente das concorrentes no número de linhas de celulares. De 1,3 milhão de chips ativados no Paraná até outubro, 56,6% foram conquistados pela empresa. Se contabilizados apenas os pré-pagos, a TIM ficou com 61% dos aparelhos.
A empresa, porém, vê uma nova concorrente no retrovisor. Em 2011, a Claro assumiu a vice-liderança no número de linhas, com 20,3%, ultrapassando a Vivo, agora terceira, com 19,6%. A Oi tem a quarta posição, com 11,6%, seguida pela Sercomtel, de Londrina, que conta com apenas uma fração do market share. Os números são os últimos divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Ao lado da TIM, a Claro foi a única empresa a crescer a taxas maiores do que a sua participação de mercado. A operadora obteve 25,4% dos novos pré-pagos e 27,7% dos pós. Vivo e Oi tiveram desempenhos abaixo do market share, conquistando 14,8% e 2,46%, respectivamente, das novas linhas.
Para Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria da área de telecomunicações, o desempenho da TIM é reflexo da promoção Infinity, que oferece chamadas locais e de longa distância entre assinantes por R$ 0,25 e mensagens ilimitadas por R$ 0,50 nos dias utilizados. "Foi uma inovação para o mercado brasileiro e que acabou sendo imitada por outras operadoras, como a Claro e a Vivo. Sem dúvida, significou uma alavanca para a TIM, que está muito próxima de ultrapassar a Vivo em linhas pré-pagas no país", afirma.
O Paraná é o estado em que a TIM possui a maior vantagem sobre as concorrentes. Em parte isso se deve ao fato de ser a operadora mais antiga a atuar aqui. Após a privatização do mercado de telefonia nos anos 1990, a empresa manteve a infraestrutura da Telepar. "Em outros lugares isso também ocorreu, como com a Vivo em São Paulo, que ficou com a Telesp, mas nem sempre essa é a regra. A própria TIM perdeu a liderança em alguns estados do Nordeste, onde comprou estatais", diz Tude.
Para a Claro, o investimento na abertura de novas lojas e os planos agressivos, com chamadas a R$ 0,21 entre assinantes, foram os principais motivos para o bom desempenho da empresa no estado em 2011. "Aumentamos o número de lojas em 57% no Paraná neste ano, passando das 450 unidades", afirma o diretor regional da Claro para Paraná e Santa Catarina, Eduardo Coutinho.
Na tentativa de retomar a segunda posição, a Vivo quer trazer para o Paraná em 2012 o serviço de telefonia fixa, que na Região Sul hoje está presente apenas em Porto Alegre. A companhia também apostou no lançamento do Vivo Direto, serviço via rádio que concorre com a Nextel. Em julho passado, Curitiba foi a primeira cidade do país a ter o serviço.
Para Tude, da Teleco, o desempenho da Oi, tanto no estado quanto no país, onde também apresentou perda de mercado, foi provocado pela "arrumação de casa" pela qual passa a empresa desde a aquisição da Brasil Telecom. "A empresa está em fase final de reorganização e deve aumentar a sua participação no ano que vem, com novos investimentos."
País
O cenário no país é diferente do visto no estado. A maior operadora do Brasil é a Vivo, ajudada pelos expressivos números de São Paulo, onde lidera o mercado com certa folga. Em agosto passado, a TIM ultrapassou a Claro para se tornar a segunda maior do país. A Oi é a quarta.